Tales Silveira, da Agência iNFRA
Se até junho nada for feito para amparar o sistema de transporte urbano de estados e municípios, o setor vai quebrar. Foi o que afirmou, na última quarta-feira (6), o presidente da CNT (Confederação Nacional do Transporte), Vander Francisco Costa.
“Não dá mais para não ficar diminuindo salário e reduzindo combustível. O que podia ser feito foi feito reduzindo frota, colocando gente de férias etc. Mas, se nada for feito até junho, o sistema entra em colapso”, afirmou Costa à Agência iNFRA.
De acordo com o presidente da CNT, o impacto da quebra das empresas de transporte urbano afeta diretamente diversos trabalhadores. Todos eles terão dificuldades em se deslocar para os seus empregos. Portanto, a ajuda deve vir o mais rápido possível.
“Médicos possuem carros, mas se entrar em colapso o transporte urbano, como os enfermeiros, faxineiros, auxiliares de escritório, farmacêuticos vão trabalhar? Esse modal é essencial e deve ser visto de maneira rápida. Não é pessimismo, mas sim desespero”, explicou.
Solução
Uma possível solução apontada por Costa para salvar o transporte urbano poderia vir do PLP (Projeto de Lei Complementar) 39/20, que prevê destinar ajuda de R$ 125 bilhões para os estados e municípios durante a pandemia de Covid-19. A matéria foi aprovada no Congresso na tarde desta quarta-feira. A ideia seria que os estados destinassem parte da verba para salvar as empresas. E os empresários, por sua vez, devem ir buscar as prefeituras para discutir possíveis acordos de assistência.
“A concessionária já tem relação com a prefeitura. Por isso, cada empresário deverá conversar com o seu prefeito. A CNT vai orientar as empresas e sindicatos da região para fazer essas tratativas com os órgãos públicos”, explicou.
Sistema S
Costa fez críticas à Medida Provisória 932/20, que reduz pela metade, por 90 dias, as contribuições de empresas ao Sistema S. Segundo ele, o ministro da Economia, Paulo Guedes, usou de oportunismo para reduzir a arrecadação das instituições.
“Continuo afirmando que o corte foi uma atitude equivocada do governo, tendo em vista que o ministro Guedes disse que ia dar uma facada nessas instituições e fundos. Ele usou de oportunismo da pandemia, sob o argumento que todos precisam fazer ‘sacrifícios’, para poder fazer isso”, comentou.