da Agência Nacional
O apagão de energia que impactou todas as regiões do país em 14 de outubro atingiu 11% da demanda nacional à 0h31, horário da ocorrência, de acordo com análises apresentadas pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), após reunião com agentes do setor elétrico nesta terça-feira (28).
As análises concluíram que houve uma interrupção de carga de 8.199 MW, o que equivale a 11% da demanda naquele minuto. Segundo o relatório, 99% da energia já havia sido recomposta à 1h43 em todos os quatro subsistemas.
Esta foi a segunda reunião realizada pelo ONS para subsidiar a elaboração do RAP (Relatório de Análise de Perturbação) sobre a ocorrência. Participaram mais de 260 profissionais, entre agentes envolvidos na perturbação, e representantes do MME (Ministério de Minas e Energia) e da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica).
Em nota, o ONS descreve a perturbação, que “teve início na madrugada de 14 de outubro, com um incêndio no reator de linha da LT 525 kV Bateias – Ibiúna circuito 2, na subestação de Bateias, no Paraná”. “Em função do incêndio houve inicialmente um curto-circuito no reator que foi extinto por atuação de sua proteção. No entanto, a falha acabou se propagando para o barramento da subestação de Bateias. Não havendo atuação do sistema de proteção no instante inicial, ocorreram desligamentos múltiplos na instalação de 525 kV. Como consequência, houve a desconexão do subsistema Sul com o restante do país”, recapitula o órgão.
Os registros indicam que 1.371 municípios foram afetados pela ocorrência, incluindo 19 capitais. A região Sudeste foi a mais afetada (4.132 MW), seguida por Nordeste (1.780 MW), Centro-Oeste (1.330 MW), Norte (673 MW) e Sul (283 MW). O restabelecimento das cargas foi iniciado dois minutos após o início da perturbação. A região Sul foi conectada ao restante do SIN (Sistema Interligado Nacional) à 1h28, o que possibilitou agilizar a recomposição das demais cargas.
Após a conclusão da elaboração da minuta do RAP, o ONS encaminhará o texto aos agentes envolvidos, à ANEEL e ao MME, que poderão enviar contribuições para a consolidação do relatório final.
