“É como produzir alimento que dá dor de barriga”, diz presidente da CNT sobre aumento do biodiesel

da Agência iNFRA

O presidente da CNT (Confederação Nacional do Transporte), Vander Costa, comparou o aumento da mistura de biodiesel no diesel para uso de veículos pesados, previsto no programa Combustível do Futuro, cuja lei foi sancionada na semana passada, a dar um alimento que provoca dor de barriga nas pessoas.

Segundo ele, o aumento do percentual de biodiesel para níveis de até 25% previstos na lei não vai funcionar nos mais de 10 milhões de caminhões e ônibus do país, cujos motores não foram fabricados para suportar essa quantidade de biodiesel no diesel.

“É a mesma coisa que produzir um excelente alimento que dá dor de barriga na população. Não vai dar certo”, disse Costa na cerimônia do evento Fórum ITL de Inovação do Transporte. “Os nossos motores não foram preparados para receber o biodiesel.”

A proposta aprovada prevê que o atual percentual de mistura de 14% suba 1% a cada ano até chegar a 20% em 2030. Esse aumento dependeria de testes para avaliar o funcionamento dos motores, mas a regulamentação aprovada na lei não agradou aos integrantes da confederação, que indicaram que não há vedações a que os aumentos continuem, mesmo se houver mais problemas com os motores.

A confederação vem apresentando estudos sobre problemas relatados com os motores dos veículos de carga e passageiros que estão sendo atribuídos ao percentual de biodiesel utilizado no país, que segundo a confederação é muito acima da média de outros países.

“Tem como fazer caminhão que receba 100% de biodiesel? Tem. Mas é outro motor. Quer fazer uma experiência? Pega seu carro a álcool ou gasolina e põe diesel. Vai entupir tudo. Mas se o carro for a diesel, vai funcionar perfeitamente”, explicou Costa durante seu discurso, que pode ser visto neste link.

Segundo ele, a confederação é a favor das mudanças para uma nova matriz energética e apoiou a proposta do Combustível do Futuro para o SAF, o combustível verde de aviação. Ainda de acordo com ele, a proposta é que o país avance nos combustíveis para veículos rodoviários com outras rotas, citando o gás natural e o biometano.

“O gás natural é uma alternativa para regiões onde existe gás. O metano pode ser uma excelente alternativa, que tem duplo benefício, que é a redução de metano pelos lixões, mas não só por eles. Também pela indústria canavieira, e já abastecer os caminhões com energia limpa”, explicou o presidente.

Para ele, a solução definitiva é o HVO, também chamado de diesel verde. O HVO, assim como o SAF, é um combustível não fóssil que pode ser utilizado nos motores atuais integralmente, porque não causam qualquer dano ou perda de potência. No entanto, sua produção tem custo muito maior que a do biodiesel.

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