Infraero manterá investimentos até concessão de todos os aeroportos

Dimmi Amora, da Agência iNFRA

A presidente da Infraero, Martha Seillier, afirmou que a estatal pretende manter sua programação de investimentos nos aeroportos que serão concedidos a partir de 2020. Isso inclui obras de melhorias nos terminais de passageiros de Foz do Iguaçu (PR), Navegantes (SC) e Campo Grande (MS).

Segundo ela, todas a intervenções necessárias para a segurança das 44 unidades que vão ser gerenciadas pela Infraero após a concessão dos aeroportos prevista para este ano também serão feitas até a entrega das unidades.

O que a estatal deixará de fazer serão investimentos classificados como estratégicos, ou seja, aqueles que seriam necessários para ampliar capacidade de aeroportos para o futuro. No caso dos três terminais de passageiros, a capacidade hoje já está considerada abaixo do nível de conforto.

“Não vamos deixar de dar qualidade ao usuário porque a unidade vai ser concedida. Os investimentos do novo concessionário podem demorar dois a três anos”, disse Seillier em entrevista à Agência iNFRA.

Há duas semanas, houve reuniões entre a presidente e representantes do governo para trabalhar o plano de investimentos da empresa para esse período. A ideia é que, com a concessão em blocos, divididas em duas etapas, a empresa mantenha sua sustentabilidade financeira.

Segundo Seillier, os aeroportos mais rentáveis da empresa – Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ) – serão concedidos por último para que seja possível manter a empresa sustentável.

“Na medida que concedemos aeroportos de menor rentabilidade e ficamos com os de maior, a empresa vai ter uma melhora”, afirmou a presidente.

Segundo ela, outras medidas administrativas estão sendo realizadas para enxugar os quadros da empresa, como programas de demissão incentivada e a implementação da Empresa de Navegação Aérea, a NAV Brasil, que vai levar 2 mil servidores.

De acordo com a presidente, haverá um cuidado com os 9 mil servidores da empresa, que terão opções para deixar a companhia seja por incentivo a sair ou para entrar em outros órgãos públicos, como o INSS que está tratando formas de levar servidores para o órgão.

“Vamos fazer esse trabalho com toda a responsabilidade”, prometeu a presidente.

Serviços podem continuar
Além disso, Martha Seillier afirmou que a ideia neste período de transição, em que está decidido que a Infraero deixará de ser uma operadora de aeroportos do governo, é de que sejam analisadas oportunidades de negócios para permanecer fazendo serviços altamente especializados, até mesmo com a criação de subsidiárias.

“O foco da companhia, agora, será a prestação de serviços”, disse a presidente, que é a primeira mulher a presidir a companhia.

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