Dimmi Amora, da Agência iNFRA
Um terminal de 3,5 milhões de metros quadrados de área para integrar os setores aéreo, rodoviário e ferroviário ao Porto de Santos (SP) está próximo de vencer a complexa etapa de licenciamento ambiental.
É o que garante o diretor da Plataforma Logística Complexo Andaraguá, André Ursini, que afirmou que a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), responsável pelo licenciamento, está em fase final da análise para iniciar os investimentos estimados em R$ 1,5 bilhão.
“O licenciamento foi com o que mais sofremos. Estamos há 12 anos para obter a licença de instalação e agora estamos perto disso”, disse Ursini.
Segundo ele, o maior problema do licenciamento foi o componente indígena. Isso porque um grupo de 48 indígenas se instalou na região em 2008. Ursini afirmou que esse componente agora está equacionado após negociações.
Em relação aos outros componentes do licenciamento, Ursini acredita que não haverá problema, já que a área do empreendimento é de 12 milhões de metros quadrados e somente serão usados 3,5 milhões. O restante ficará preservado.
A área fica a 17 quilômetros do porto de Santos e terá como primeiro investimento a construção de uma pista de pouso de 2,6 mil metros, o que dará condições de receber praticamente qualquer tipo de avião. Pela área já passam um dos ramais ferroviários de acesso ao porto e a rodovia Anchieta-Imigrantes.
Condomínio Logístico
Com esses três modais na unidade e a proximidade com o porto, Ursini afirmou que a ideia é construir um condomínio logístico de grande porte para que empresas possam se instalar na região, com benefícios fiscais da prefeitura local, para poderem fazer a manufatura de produtos que chegam ou saem pelo maior porto industrial do país. A ideia é também alfandegar a área.
“A carência por empreendimentos de plataforma logística naquela região é grande. No mundo todo, as áreas de produção estão próximo ao porto. Aqui, não”, disse Ursini.
Segundo o diretor do empreendimento, o estudo de viabilidade do projeto foi desenvolvido com a KPMG e mostrou que os investimentos podem ser feitos de forma seriada, com uma primeira etapa de R$ 750 milhões para a construção do aeroporto e da infraestrutura para o condomínio logístico e centro comercial.
Depois, em mais três fases de R$ 250 milhões, seriam ampliadas as operações para outras áreas. Os recursos para o empreendimento estão em negociação com fundo de pensão, além dos recursos dos próprios sócios, segundo Ursini.