Dimmi Amora, da Agência iNFRA
A produção de soja em São Paulo deverá quadruplicar nos próximos anos, saindo dos cerca de 2,5 milhões de toneladas anuais para algo próximo dos 10 milhões. É o que apontam as projeções da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) apresentadas no final do mês passado à CTLog (Câmara Temática de Logística e Infraestrutura) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
O aumento da produção da soja decorre de um fator de produtividade. A planta tem se mostrado boa para melhorar a produtividade da cana no período em que não se pode plantar esse produto para sua renovação, de acordo com Francisco Laface, representante da empresa na reunião.
São Paulo é hoje o 8º produtor do país, com o volume atual plantado em 800 mil hectares. Pelos cálculos da empresa estatal, a área de cana equivale a 5,6 milhões de hectares. A estimativa de crescimento está baseada numa troca de área de cana para soja a cada cinco anos, o que daria uma área de mais 800 mil a um milhão de hectares a mais.
Há ainda outros 2 milhões de hectares de áreas degradadas de pastagem também adequados à soja. “E será uma soja que escoa muito bem por ter porto próximo”, lembrou Laface.
Os volumes, contudo, se colocados em caminhão, podem ser um novo fator de pressão para as já congestionadas estradas em direção ao Porto de Santos (SP). E, por ferrovia, esse volume dificilmente seria suportado pela atual malha da Rumo em São Paulo, já que o caminho para o porto já está com as capacidades máximas, com produtos produzidos no próprio estado e na região de Mato Grosso.