Sheyla Santos, da Agência iNFRA
O CEO da Virtu GNL, José de Moura Jr., que atua no mercado de caminhões movidos a gás natural liquefeito, anunciou na última terça-feira (13) que a companhia vai começar em novembro, pelo Maranhão, a operar em longa distância no país. Para sustentar a operação, a companhia vai inaugurar no mesmo mês os primeiros pontos de abastecimento com esse tipo de combustível menos poluente. A empresa planeja expandir a operação ainda neste ano para o Pará e atuar em São Paulo a partir do ano que vem.
Moura Jr. apresentou ao ministro dos Transportes, Renan Filho, em Brasília, o primeiro caminhão movido a GNL. Segundo ele, o modelo 460 CV 6×2 fabricado no Brasil pode reduzir a emissão de CO2 em até 28% na comparação com o óleo diesel. O tempo de abastecimento é de apenas oito minutos.
“O projeto nasce pelo estado do Maranhão, com duas Centrais de Descarbonização Rodoviária, que se chamam CDR. Uma em Balsas e outra no município de Santo Antônio dos Lopes”, explicou Moura Jr., acrescentando que a iniciativa visa atender, nesse primeiro momento, o transporte de grãos nos estados do Maranhão, Tocantins e Piauí com passagem pelo Porto de Itaqui, em São Luís (MA).
Corredores verdes
Renan Filho mostrou-se empolgado com a iniciativa ligada à transição energética e disse que o governo está estimulando a criação de corredores verdes para reduzir a emissão de carbono. “O programa está pronto. A gente deve lançar nos próximos meses já a inauguração do primeiro corredor [verde], com posto já inaugurado a GNL, em novembro”, informou.
Moura Jr. relembrou que em 2023 a Senatran (Secretaria Nacional de Trânsito) abriu um processo para permitir aos veículos um tamanho maior para o entre-eixo dos caminhões, o que viabilizou a operação.
“Nós precisamos alterar o tamanho para botar o tanque e poder, justamente, dar mil quilômetros de autonomia. Com essa norma, que foi para o mercado como um todo, tanto de diesel como o de gás, você consegue ter melhor competitividade no transporte do produto, do gás para abastecer o caminhão”, disse.