Rafael Bitencourt, da Agência iNFRA
O presidente da Usiminas, Marcelo Chara, defendeu medidas antidumping mais eficientes para conter a importação de aços subsidiados da China. Segundo ele, o aumento de participação do produto chinês no mercado interno impacta negativamente as siderúrgicas nacionais, o que pode ser observado no desempenho da empresa no último trimestre. A fala a jornalistas e analistas financeiros ocorreu nesta sexta-feira (25), após a divulgação dos resultados do segundo trimestre de 2025.
“O segmento vem se deteriorando de forma acelerada no segundo trimestre de 2025. Para sua sustentabilidade, é imperativo que as investigações antidumping sobre produtos siderúrgicos, que já demonstraram a prática de dumping e o seu dano à indústria, sejam concluídas com celeridade e que medidas concretas sejam implementadas para sanar essa prática desleal e danosa à indústria e toda cadeia de valor”, afirmou Chara, ao reiterar posicionamento em nota divulgada pela companhia.
Após a divulgação do balanço, a Usiminas usou informações do Instituto Aço Brasil para demonstrar o crescimento da importação. De acordo com a entidade, houve um volume recorde de importação de aço no segundo trimestre deste ano, de 1,2 milhão de toneladas. Já nos primeiros seis meses, as importações atingiram 2,3 milhões de toneladas, alta de 50% em relação ao mesmo período do ano passado. Isso representa, informou a empresa, 28% do consumo aparente de aço plano no Brasil.
Para o executivo, é preciso que o governo mude a estratégia adotada para garantir a competitividade do produto nacional. “Todo esse contexto demonstra que o sistema de cotas-tarifa não alcançou o resultado esperado, mesmo com os ajustes implantados em junho”, alertou.
Balanço
A Usiminas encerrou o segundo trimestre de 2025 com lucro líquido de R$ 128 milhões, queda de 62% em relação ao primeiro trimestre deste ano. A companhia, contudo, conseguiu reverter o prejuízo de R$ 100 milhões em relação ao mesmo trimestre de 2024.
