Ministro da Agricultura recomenda cautela ao futuro governo na relação com países árabes

Dimmi Amora, da Agência iNFRA

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou em entrevista coletiva nesta sexta-feira (12) que a relação do Brasil com os países árabes e a China é um ponto de atenção para o futuro governo.

“Não temos condições de ser líder em geopolítica. Por que vamos fazer enfrentamento nessa ordem?”, disse o ministro lembrando que 50% das exportações de frango do Brasil vão para árabes e criar ambiente ruim com eles será “problema para nossas empresas”.

“Isso vai bater por último é lá no campo” disse Maggi em sua última coletiva como ministro. O presidente eleito Jair Bolsonaro afirmou em entrevista a um jornal de Israel que vai mudar a embaixada do Brasil para Jerusalém, um ato que em geral recebe retaliação de países árabes.

De acordo com dados do ministério, em 2017 foram US$ 7,2 bilhões de carnes de frango exportadas no total. Em 2018, pela primeira vez na história, o país vai exportar mais de US$ 100 bilhões em produtos agrícolas. Ele afirmou que, em seus dois anos de gestão, 30 novos mercados foram abertos para as exportações brasileiras, parte deles em países árabes.

Maggi também criticou uma possível mudança no nome do ministério, visto que isso poderia levar prejuízos às empresa por terem que mudar o layout de embalagens, sem contar que no resto do mundo o ministério já é conhecido pelo atual nome o que dificultaria algumas negociações de liberação de vendas de produtos brasileiros.

O ministro elogiou sua sucessora, a deputada Teresa Cristina (DEM-MS), mas lembrou que ela enfrentará algumas dificuldades para colocar na pasta as novas atribuições dadas ao ministério, como o Incra e a secretaria de Pesca, por exemplo.

Tabela de Frete
Durante o encontro, Blairo Maggi voltou a criticar a tabela de frete do transporte rodoviário e defendeu que o mercado seja livre. O ministro afirmou que tabelamento foi feito pelo teto e que isso está levando a safra de soja a não ser comercializada.

Segundo ele, em dezembro do ano passado, 75% da safra estava vendida. Hoje, nem 30%. A falta de comercialização é pelo que ele chamou de altos preços do frete porque, segundo ele, a tabela foi feita com os preços máximos de frete e não mínimos.

“O que queremos é uma definição. Que a regra seja clara e qual o jogo vamos jogar”, afirmou o ministro, cobrando que essas definição seja dada na ação que tramita no STF (Supremo Tribunal Federal) desde que a tabela foi implementada.

Em relação a outra decisão posterior à greve, de reserva de 30% dos fretes da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) para caminhoneiro autônomos, a diretoria da empresa informou que apenas uma cooperativa de caminhoneiros pediu para participar dos leilões e que a porcentagem usada até agora é baixa.

“É uma assunto que está muito mal parado”, afirmou o ministro que prevê que julgamento no STF da tabela de frete deverá ser pautado em janeiro.

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