Gabriel Vasconcelos, da Agência iNFRA
A empresa turca de geração de energia Karpoweship vai participar do LRCAP (Leilão de Reserva de Capacidade) com projetos que, somados, podem chegar a 2 GW (gigawatts) de capacidade. Especializada em usinas termelétricas flutuantes alimentadas por GNL (Gás Natural Liquefeito), a companhia tem nesse tipo de certame sua principal via de crescimento no Brasil, mas avalia outras frentes. Uma delas, diz o country manager no Brasil, Gilberto Bueno, é o mercado de baterias. Ele falou a jornalistas na sede da empresa, na Zona Sul do Rio, nesta quinta-feira (13).
A KPS, como é chamada, desenvolve, inclusive, um projeto para disputar o leilão de baterias previsto para abril do ano que vem, cuja minuta de portaria entrou em consulta pública no início da semana. O objetivo é que as baterias sejam instaladas no terreno da UTE Santana, usina movida a óleo diesel e localizada no Amapá, comprada da Eletrobras no ano passado.
“Recebemos bem a consulta pública. Nós vamos participar desse leilão de baterias. O terreno da UTE Santana é grande, tem a termelétrica e uma subestação. A ideia é colocar o projeto de baterias dentro desse terreno”, disse Bueno. Ele lembrou que outras possibilidades são analisadas para baterias, mas que essa é a principal no momento. A Karpoweship ainda não tem projetos desse tipo no mundo e pode inaugurar presença nesse mercado no Brasil.
Projetos de geração
Já para o LRCAP voltado à geração, dentro do universo de projetos com até 2 GW de capacidade total, está a recontratação – possível a partir de maio 2026 – das quatro usinas termelétricas flutuantes, as chamadas “powerships”, que operam hoje na Baía de Sepetiba, a três quilômetros do litoral de Itaguaí, no Rio de Janeiro. O projeto inteiro, de 560 MW (megawatts) de capacidade, saiu vencedor do PCS (Procedimento Competitivo Simplificado) que contratou reserva de capacidade em 2021. O mesmo vale para os 116 MW da UTE Santana, que poderá participar da disputa pelo produto voltado a geração a diesel ou biodiesel, já que pode ser convertida.
Segundo Bueno, no pacote de propostas é possível que entrem projetos novos de usinas flutuantes nos moldes atuais, com suprimento próprio de GNL importado ou conectadas à malha, a depender do grau de competitividade e viabilidade econômica.
Ele não revela a possível localização desses novos projetos. De toda forma, diz o executivo, caso saia vencedora, a KPS poderia alocar no Brasil embarcações que atuam hoje em outras praças ou alguma das cinco novas unidades em construção. Em todo o mundo, a empresa já tem mais de 50 navios embarcações desse tipo, que perfazem algo próximo a 10 GW de capacidade.
“Vamos registrar projetos no leilão, habilitá-los para disputar em diferentes produtos, sejam conectados ou não. E fazer de tudo para vencer”, resume Bueno.
Também presente no encontro, o head de Relações Institucionais de Desenvolvimento de Negócios, Victor Gomes, reiterou que a empresa acredita no mercado brasileiro e quer aumentar o portfólio no país, para reforçar sua posição de hub para negócios na América Latina. Na região, a Karpowership também está no Equador, Guiana, República Dominicana e Cuba.
“Estamos aqui para investir mais no Brasil. Nossas usinas são o estado da arte da tecnologia e vêm gerando energia sob comando do ONS. Foram quase 150 despacho desde 2024 para suprir as necessidade do sistema de forma segura e rápida”, disse Gomes. Como diferencial, ele destaca que as usinas podem sair do zero até sua capacidade cheia em apenas 15 minutos.








