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27/11/2025 | 11h30  •  Atualização: 28/11/2025 | 09h03

Financiamento, regulação e infraestrutura são desafios para transição energética no transporte público

Foto: Gustavo Rampini e Santiago Reis

Apresentado por Cosan

A infraestrutura para fornecimento e abastecimento e o custo são os principais gargalos para implementação de combustíveis mais limpos no transporte coletivo nas grandes cidades do Brasil. 

A preocupação foi exposta pelos participantes do painel “Movendo o Futuro: Transporte de Baixo Carbono em Ação” no Summit Agenda SP+Verde, evento pré-COP30 promovido pelo governo de São Paulo, Prefeitura de São Paulo e USP (Universidade de São Paulo). 

Os palestrantes enxergam a transição para soluções de baixo carbono como um desafio estratégico que pode ser superado com soluções que vão além da tecnologia e envolvem diversificação de fontes de financiamento e a preparação e adaptação de infraestrutura para abastecimento, no caso de ônibus urbanos que passam a ser movidos por gás natural, por exemplo. A existência de arcabouço regulatório que sustente essa transição também é fundamental. O painel foi moderado por Ricardo Cantarani, gerente-executivo institucional da Necta.

Para o secretário adjunto municipal de Mobilidade Urbana e Transporte da Prefeitura de São Paulo, Rafael Toniato Mangerona, há todas as condições regulatórias necessárias para começar a implementar o programa Bio SP, instituído por decreto municipal, que estabelece regras para a aquisição de biometano e sua incorporação progressiva à frota de transporte público e de veículos de coleta da cidade.  

“Hoje a cidade de São Paulo tem 14 mil ônibus que transportam 7,2 milhões de passageiros por dia. Atualizamos nossa meta e vamos substituir 2.200 ônibus a diesel por veículos de energia mais limpa, sendo que 700 equipamentos serão movidos a gás”, informou o secretário.

O plano é apoiado por um financiamento de R$ 6 bilhões, com recursos do BNDES, Banco do Brasil e até aportes internacionais, como US$ 100 milhões do Banco da China. “É necessário fazer antes a estruturação e depois a compra dos veículos, que têm vida longa e menos custo de manutenção e, por isso, acabam se pagando”, acrescentou. Ele apontou ainda a opção de substituição de motores a diesel por motores movidos a gás natural, sem a necessidade de comprar novos veículos.

De acordo com o diretor Institucional e Regulatório da Comgás, Bruno Dalcolmo, a empresa mapeou que em 75% das 42 garagens municipais de ônibus da capital paulista há rede de gás na porta, o que facilitaria a implantação de pontos de abastecimento de biometano. Segundo ele, para o avanço de projetos como estes, é necessário haver mudança estrutural, incluindo disponibilidade de recursos, estrutura para operar e fontes de financiamento. 

“O gás natural é visto como o combustível da transição. O uso do petróleo será reduzido, mas não vai desaparecer de uma hora para outra. Com potencial de produção de 6,4 milhões de biometano, o estado de São Paulo pode ser referência em termos de transição energética”, afirmou o executivo. 

A experiência com a descarbonização de frotas de ônibus e caminhões no exterior foi compartilhada por Camilo Morales, secretário geral da Naturgas (Associação Colombiana de Gás Natural), que representa 98% da indústria de gás natural do país.

Ele explicou como a implementação do gás natural permitiu reduzir de 30% a 32% de emissões de veículos pesados em Bogotá. “Trabalhamos para entender o melhor sistema e o custo de tudo isso. Fizemos PPP. Como na pandemia, o número de usuários reduziu, não havia condições de, após esse período, alcançar 100% de veículos movidos a gás natural. Por isso atuamos junto ao Congresso para criar a lei que incentiva a adoção de frota movida a gás natural e a criação de programa de descarbonização”, pontuou Morales.

Modal importante para o transporte de baixo carbono que já é realidade, o metrô em São Paulo está em expansão. O gerente de Planejamento e Meio Ambiente do Metrô SP, Luiz Antonio Cortez Ferreira, destacou a instalação recente na estação Consolação do metrô, que mostra em tempo real a estimativa do total de emissões de gases de efeito estufa evitadas ao longo deste ano, quando as pessoas preferem utilizar o sistema de trens em vez de automóveis. 

Estimativa da companhia aponta que, apenas em 2025, foram evitadas mais de 348 mil toneladas de CO₂ equivalente, podendo chegar a 418 mil toneladas até o final do ano. De acordo com a companhia, com a expansão do metrô até 2040, poderá ser evitada a emissão de 2,5 milhões de toneladas na atmosfera, contribuindo para a melhoria do ar, pois a energia utilizada pelo transporte sobre trilhos é 100% elétrica, além de reduzir o trânsito, por ser subterrâneo.

“Não vamos conseguir resolver o gargalo na região metropolitana de São Paulo se não houver investimento no setor ferroviário. Transporte de baixo carbono é peça chave para o desenvolvimento sustentável. Rodovias que chegam aqui estão saturadas. É preciso investir em outras cidades e não esperar que elas cresçam ainda mais”, disse Cortez, ao citar o projeto de nova linha do metrô que deverá ligar o vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo, a Guarulhos.

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