da Agência iNFRA
O governo federal publicou nesta terça-feira (2) a nova edição do Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários, referente ao ano-base 2024. O levantamento, que não era atualizado há dez anos, reúne dados sobre poluentes e gases de efeito estufa do setor e servirá de base para políticas voltadas à qualidade do ar e à modernização da mobilidade no país.
Produzido pelo Iema (Instituto de Energia e Meio Ambiente) em parceria com os ministérios dos Transportes e do Meio Ambiente, com apoio da CCAC (Coalizão Clima e Ar Limpo), o documento mostra que o Brasil registrou avanços importantes na redução de poluentes desde a implantação do Proconve, especialmente a partir dos anos 2000. Porém, o crescimento da frota e o uso intensivo dos veículos impediram que esses ganhos se refletissem na queda das emissões totais.
O inventário também aponta mudanças no perfil do material particulado. Embora as emissões de combustão tenham diminuído, os poluentes associados ao desgaste de pneus, freios e pavimentos passaram a representar cerca de metade do total. Outra novidade é a inclusão das emissões de black carbon, substância ligada a impactos climáticos e problemas respiratórios.
A frota brasileira superou 71 milhões de veículos em 2024. Automóveis somam 63% do total, motos 25% e comerciais leves 9%. O segmento pesado, formado por caminhões e ônibus, alcançou 2,5 milhões de unidades.
Emissões de carbono
As emissões de dióxido de CO₂eq (carbono equivalente) cresceram cerca de 8% entre 2012 e 2024. No último ano, os automóveis responderam por 34% do total, enquanto caminhões semipesados representaram 22%. O CO₂ correspondeu a 97% das emissões do setor.
Resultado por poluente:
- CO: queda de 5,5 milhões para 1 milhão de toneladas desde 1991.
- NOx: redução continuada desde o fim dos anos 1990; frota a diesel responde por 87%.
- Material particulado (MP): menos de 18 mil toneladas geradas por combustão em 2024; total chega a 38 mil toneladas com desgaste.
- Carbono negro (BC): cerca de 8 mil toneladas provenientes da combustão, com expansão das emissões por desgaste.
- CH₄: redução constante desde os anos 1990; automóveis representam 45%.
- NMHC: queda expressiva desde os anos 1990, com estabilização recente.
- N₂O: tendência de alta ligada à renovação da frota.
- CO₂: 270 milhões de toneladas em 2024, sendo 42% emitidos por automóveis e 40% por caminhões.








