Tales Silveira, da Agência iNFRA
As autoridades começarão a usar dados para conduzir uma mudança significativa no planejamento, elaboração de projetos, entrega, operação e manutenção da infraestrutura do país.
É o que aponta estudo feito pela KPMG – rede global de firmas independentes que prestam serviço de taxação, auditoria e consultoria –, identificando questões prioritárias que influenciarão a área de infraestrutura ao longo de 2020.
De acordo com o trabalho, intitulado “Emerging Trends in Infrastructure”, áreas antes dominadas pelo governo, serviços e infraestrutura, estão cada vez mais se tornado descentralizadas. Isso força os governos à necessidade de repensar seus planos de pequeno e longo prazo para o setor.
A principal mudança nos planos que os governos deverão fazer está em entender o consumidor que, hoje, possui voz ativa nas decisões do setor. Inclusive, essa nova demanda trazida pelos consumidores, que vem aumentando a cada ano, é a primeira tendência enumerada pelos pesquisadores.
Por causa dessa nova voz ativa da população, as autoridades necessitam, portanto, responder às preferências, necessidades e expectativas dos consumidores por meio de consultas e engajamentos com a sociedade.
Como consequência, o estudo aponta que, a partir deste ano, os governos deverão direcionar mais investimentos e tempo para entender as novas tendências que influenciam a população e moldam as suas necessidades. Isso dará início a um alinhamento entre as micro decisões tomadas pelos consumidores e as macro decisões que serão adotadas pelos governos.
Além da mudança de percepção por parte das autoridades e ganho de voz por parte da sociedade, o estudo apresentou mais outras oito tendências para o setor. Algumas delas são: mudança na percepção do gerenciamento de riscos; busca por sustentabilidade; e adoção do financiamento privado pelos mercados emergentes.
De acordo com o sócio da KPMG, Eduardo Redes, os mercados estão se transformando por meio de novas tecnologias e inovação, e líderes estão dando mais importância para fatores ambientais e climáticos, impactando maior velocidade e eficácia na maneira de fechar negócios.
“O resultado das transformações é o endereçamento e mitigação de riscos, criando grandes desafios no setor de infraestrutura, uma realidade em que os governos, investidores, construtoras e operadoras precisarão ser ágeis para responder e se reformular”, afirmou o sócio da companhia. O estudo está disponível neste link.