Concessionária faz projeto com asfalto ecológico com custo 20% menor que o convencional

Luana Dorigon, da Agência iNFRA

A Arteris Fernão Dias, concessionária que administra a BR-381 entre Guarulhos (SP) e Contagem (MG), adquiriu uma usina móvel própria de reciclagem de asfalto, tecnologia conhecida como RAP (sigla em inglês para Pavimento Asfáltico Reciclado), a partir da fresagem do pavimento.

A concessionária iniciou os testes com a tecnologia entre maio e outubro de 2020, recuperando pequenos trechos de pavimento entre Brumadinho e Santo Antônio do Amparo, em Minas Gerais. Agora, o objetivo é recuperar trechos maiores da pista.

Em entrevista à Agência iNFRA, o gerente de Implantação e Conserva da Arteris Fernão Dias, Marcos Gruba, explica que a inovação do projeto da concessionária está justamente no planejamento de recuperação de grandes trechos da rodovia, uma vez que a tecnologia só foi utilizada em pequenas recuperações, até o momento. 

A previsão é de que sejam recuperados 10 quilômetros de faixa até o fim deste ano. Por hora, os trechos pensados para recuperação asfáltica estão localizados nas cidades mineiras Pouso Alegre, Oliveira, Betim e Cambuí.

A tecnologia, segundo Gruba, possibilitará uma economia superior a 20% em relação aos gastos com o processo convencional de recuperação asfáltica, conhecido como BGTC (brita graduada tratada com cimento), uma vez que o material, antes descartado, é reutilizado em sua totalidade. Para tanto, foram investidos R$ 6 milhões entre 2020 e 2021, distribuídos entre a aquisição da usina móvel e gastos com equipamentos e mão de obra.

“O RAP ganha em velocidade e em segurança ao usuário e operadores nas vias. Também ganha na questão econômica e ambiental, pois reaproveitamos os materiais, geramos menos resíduos e reduzimos a emissão de carbono”, afirma Gruba.

Processo de usinagem
O processo de usinagem consiste em quatro etapas: fresagem da camada asfáltica e base; transferência para a usina; análise da granulometria; e mistura de composições. Gruba explica que a metodologia adotada considera a topografia da rodovia, o volume de chuvas e tipos de veículos que passam pela via. São utilizados 99% de fresa e 1% de cimento, além da água e emulsão.

A partir disso, é realizado o tratamento da base asfáltica, compactação e liberação do subleito, implantação do dreno e, por fim, a aplicação de duas camadas de RAP.

Usina móvel
A usina adquirida pela concessionária é capaz de produzir 60 toneladas/hora de pavimento, que pode ficar estocada por até 28 dias, sendo capaz de recuperar 50 metros de pistas em um dia.

“Com o BGTC, a gente tinha que fechar uma faixa por 15 dias. Em uma rodovia do porte da Fernão Dias é muito tempo. Com o RAP, dependendo, conseguimos liberar a pista em apenas um dia”, disse.

Disparada dos preços
A disparada dos preços do asfalto já é considerada um problema para o setor de concessões rodoviárias em todo o pais. Somente neste ano, os reajustes já passam de 40% para um insumo que pode chegar a representar 40% dos custos de uma intervenção numa rodovia. 

O presidente da ABCR (Associação Brasileira de Concessionários de Rodovias), Marco Aurélio Barcelos, afirmou em evento na semana passada, disponível neste link, que é necessário que os governos evoluam em relação ao repartimento de riscos dos contratos de concessão rodoviária, especialmente em relação a insumos essenciais, que, segundo ele, estão sangrando o caixa das empresas.

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