Gabriel Vasconcelos, da Agência iNFRA
A Petrobras planeja atender 100% da demanda nacional por SAF (combustível sustentável de aviação) até 2029, ditada pelo programa de descarbonização Corsia, com combustível coprocessado, ou seja, querosene de aviação acrescido de parcelas renováveis de 1% ou 5%. Depois de 2029, a Petrobras vai passar a atender o mercado de aviação com SAF 100% renovável produzido em unidades dedicadas.
As informações são do gerente de desenvolvimento do refino da Petrobras, Carlos Machado, em palestra a jornalistas nesta segunda-feira (8), na sede da estatal, no Rio de Janeiro.
O Corsia, sigla em inglês para “Esquema de Compensação e Redução de Carbono para a Aviação Internacional”, é um programa da Icao (Organização de Aviação Civil Internacional) para neutralizar as emissões de carbono do setor, o que inclui obrigação crescente de redução das emissões de carbono das empresas, que começa com percentual de 1% em 2027. O mercado espera um aumento significativo na demanda por SAF a partir de então.
Para atender as obrigações de empresas que atuam no Brasil até 2029, Machado disse que a Petrobras vai usar o combustível 1% renovável produzido na Reduc (Refinaria Duque de Caxias), no Rio; Revap (Refinaria Henrique Lage), em São Paulo; e Regap (Refinaria Gabriel Passos), em Minas Gerais; além dos 5% renováveis produzidos na Replan (Refinaria de Paulínia), em São Paulo.
“No início da transição energética, ali no primeiro ano do Corsia, eu preciso só de 1%, 2% [de redução das emissões]. E aí não preciso antecipar um investimento da ordem de bilhão de dólares, que vai ser feito lá para o final da década de 2020, perto de 2030. Isso porque eu consigo produzir [QAV com conteúdo renovável] por coprocessamento”.
Pós-2029
Depois de 2029, disse Machado, deve começar a entrar no mercado o SAF Petrobras (BioQAV) fabricado em unidades dedicadas, a começar pela produção da RPBC (Refinaria Presidente Bernardes), em São Paulo, que deverá ter capacidade para produzir 15 mil barris por dia.
Em seguida, a Petrobras avalia produzir mais BioQAV 100% renovável no Complexo Boaventura (pela rota tecnológica HEFA), com capacidade para 19 mil barris por dia, e na Replan (pela rota tecnológica ATJ, que usa etanol), com capacidade para 10 mil barris por dia. Essas plantas são esperadas para 2032 ou 2033 segundo o gerente.
Esses projetos estariam na etapa de preparação do projeto conceitual, a segunda de quatro até a efetivação. Por isso, ainda dependem de avaliações periódicas sobre demanda de mercado e aspectos econômico-financeiros. Como estão previstas para depois de 2030, ainda não foram consideradas na carteira de investimentos de US$ 109 bilhões da companhia para o período entre 2026 e 2030, do atual Plano Estratégico.








