da Agência iNFRA
A logística e a infraestrutura seguem como os principais entraves às exportações brasileiras, segundo pesquisa divulgada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) nesta terça-feira (9). O levantamento mostra que quatro dos cinco maiores obstáculos enfrentados por empresas exportadoras estão ligados ao custo e à eficiência do transporte. O item mais crítico é o custo do frete internacional, apontado por 58,2% das empresas, seguido pela ineficiência portuária (48,5%) e pelas limitações de rotas, espaço e disponibilidade de contêineres (47,7%). Tarifas portuárias elevadas (46,2%) completam a lista dos principais gargalos logísticos.
O estudo ouviu empresas exportadoras sobre o impacto de 50 entraves nos últimos dois anos. Entre os fatores macroeconômicos, a volatilidade cambial aparece com 41,8% das respostas, enquanto os juros altos são apontados como agravantes da perda de competitividade.
Em comparação com a edição anterior da pesquisa, realizada em 2022, houve melhora no custo do transporte doméstico, mas os empresários registraram piora em entraves portuários e institucionais. A ineficiência dos portos, por exemplo, saltou da 14ª posição para a segunda no ranking. Persistem ainda entraves como burocracia aduaneira, infraestrutura inadequada e complexidade das normas de comércio exterior.
O levantamento também avaliou dificuldades de acesso a mercados. A ausência de acordos comerciais é o maior entrave externo, citado por 25,8% das empresas, seguida por barreiras tarifárias e não tarifárias. Ao todo, 31% dos exportadores afirmam ter enfrentado barreiras nos países de destino, principalmente tarifas de importação, burocracia aduaneira e normas técnicas.
A CNI reforça um conjunto de propostas para ampliar a competitividade das exportações, incluindo modernização dos instrumentos de financiamento, simplificação tributária, implantação de sistemas integrados como a Janela Única Aquaviária e o Portal Único de Comércio Exterior, além da ampliação de acordos internacionais. Segundo a entidade, o diagnóstico deve orientar políticas para elevar a participação do Brasil no comércio mundial.








