14/06/2025 | 09h00  •  Atualização: 17/06/2025 | 08h40

Com estratégia de mão de obra própria, construtora especializada em concessões quer evitar atrasos

da Agência iNFRA

Manter mão de obra própria, gerenciando um fluxo contínuo de projetos de infraestrutura para evitar a rotatividade na contratação de trabalhadores da construção civil. A estratégia é uma das que estão sendo utilizadas para evitar problemas para a entrega de obras contratadas, especialmente por empresas de concessão de serviços públicos, cuja carteira vem aumentando em diversos setores.

Eduardo Viegas, CEO da Concrejato, construtora que se especializou no mercado de concessões, explica que parte considerável das construtoras do país passou a trabalhar com mão de obra contratada para cada projeto, o que, num momento de mercado como o atual, com forte demanda, está levando a problemas para a contratação. 

“Mão de obra sempre foi uma preocupação nossa. Temos sentido na pele o momento atual quando precisamos contratar”, disse, sobre a dificuldade de encontrar trabalhadores para diferentes tipos de serviço.

Viegas explica que essa estratégia de recompor a mão de obra foi retomada recentemente, quando os herdeiros da companhia retomaram o controle da empresa. Até 2017, a Concrejato era um braço do grupo Concremat, que foi adquirida pela construtora chinesa CCCC. Mas a Concrejato não entrou nessa negociação e, após um período de quarentena, os integrantes da família Viegas passaram a conduzir a empresa.

A especialização em prestar serviços para as concessionárias fez com que a construtora retomasse o crescimento do faturamento, que passa dos R$ 500 milhões/ano. Segundo Eduardo, porém, o direcionamento agora vai impor desafios para lidar com as altas taxas de juros.

Segundo ele, além das dificuldades com a postergação de projetos por parte das empresas contratantes, mostrada em reportagem da Agência iNFRA, as construtoras também enfrentam problemas para obter capital de giro e cumprir com seus compromissos.

“Para nós também tem impacto. Para receber de uma obra, são 60, até 90 dias. Com os juros altos, temos enfrentado um grande estresse de caixa”, afirmou o CEO da companhia.

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