Opinião
13/11/2025 | 15h53

COP30 e além: oportunidades à infraestrutura e a agenda do clima

Foto: Divulgação

Ana Claudia Franco*

A realização da COP30 (Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas) em Belém (PA), por certo, representa uma oportunidade única para o Brasil firmar sua posição de protagonista da agenda climática mundial. O país será a vitrine das discussões, podendo mostrar ao mundo que é possível, sim, conciliar desenvolvimento socioeconômico e proteção ambiental e climática.

Nesse contexto, é inegável o papel do setor de infraestrutura como motor das necessárias transformações. Em que pese se tratar, em linhas gerais, de um setor carbono-intensivo, é também aquele com o maior potencial de mitigação e adaptação climática.

Projetos de energia limpa, de mobilidade de baixa emissão de carbono, o avanço das metas de saneamento e de gestão de resíduos sólidos, impulsionam a economia verde em consonância com os recentes planos e programas governamentais e políticas públicas, especialmente com o novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), com o Plano de Transição Ecológica e com o mercado regulado de carbono (Lei nº 15.042/2024), instrumentos estes convergentes e alinhados aos objetivos de descarbonização e adaptação climática brasileiros.  

Com critérios ESG cada vez mais incorporados a concessões e PPPs (Parcerias Público-Privadas), a infraestrutura brasileira pode se tornar um polo de atração de capital internacional, desde que assegure previsibilidade regulatória e métricas confiáveis de impacto. A recém-publicada TSB (Taxonomia Sustentável Brasileira), instituída pelo Decreto nº 12.705/2025, certamente contribuirá para esse mister.

A COP30 também será uma grande oportunidade para o fortalecimento da cooperação entre governos, bancos de desenvolvimento e setor privado, criando um ambiente propício a inovações voltadas à infraestrutura verde e resiliente.

Nesse sentido, a escolha de Belém como cidade-sede não foi ao acaso. A cooperação federativa e regional certamente permitirá que investimentos estratégicos em infraestrutura sejam vetores não só da descarbonização, mas, também, da redução de desigualdades históricas e valorização da bioeconomia da região amazônica.

Para que os compromissos assumidos em Belém não se percam no discurso, será fundamental aprimorar os sistemas de monitoramento, verificação e reporte de emissões, além de fortalecer a governança ambiental e climática nos três níveis da federação.

Portanto, a COP30 não se caracteriza apenas como um evento diplomático, mas, sim, como um “ponto de não retorno” na forma como o país investe e executa os projetos de infraestrutura. A partir dela, o Brasil terá a grande oportunidade de consolidar o seu modelo de desenvolvimento aliado à descarbonização e à adaptação climática, firmando-se como referência global em infraestrutura sustentável – aquela que une propósito, eficiência e sustentabilidade.

*Ana Claudia Franco é sócia da prática de direito ambiental, mudanças climáticas e ESG do Toledo Marchetti Advogados.

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