Gabriel Vasconcelos, da Agência iNFRA
O consumo de diesel B no Brasil em 2025 deve avançar 2,7% frente ao registrado no ano passado, alcançando volume total de 69,1 milhões de metros cúbicos, prevê a consultoria de preços StoneX. Segundo as projeções, essa demanda pelo combustível ainda deve crescer 1,9% em 2026, puxada pelo consumo nas regiões Sul e Sudeste do país, que deve compensar o freio na demanda do Centro-Oeste, ligada a safras menores de milho.
Novembro-dezembro
Para o bimestre novembro-dezembro, a StoneX estima vendas de 11 milhões de metros cúbicos, volume 4,9% acima do registrado no mesmo período de 2024. Essa expectativa está ligada à reaceleração do consumo do fóssil pelo agronegócio.
“Para novembro, é esperado que a reaceleração do plantio de soja resulte na manutenção de vendas de diesel B elevadas, com o indicador sofrendo queda menor frente a outubro quando comparado com anos anteriores”, diz o analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Bruno Cordeiro.
A StoneX destaca que, em 2025, a expansão da demanda de diesel segue ancorada no fortalecimento da produção agrícola e industrial, que impulsiona fretes rodoviários e ferroviários destinados ao escoamento da produção.
“A dinâmica atual da economia brasileira, especialmente nos setores agrícola e industrial, continua resultando em maior uso de diesel B. O fluxo de cargas está mais intenso, o que se reflete diretamente nos volumes comercializados”, completa o analista.
Crescimento em 2026
A empresa de consultoria projeta crescimento de 1,9% na demanda de diesel B para 2026, alcançando o patamar de 70,4 milhões de metros cúbicos de combustível consumidos no país.
Mas o perfil desse crescimento deve mudar. Entre as regiões consumidoras, a consultoria projeta avanços mais robustos no Sudeste e no Sul, ambas com incrementos superiores a 400 mil metros cúbicos no próximo ano. No caso da região Sul, a recuperação da produção de soja no Rio Grande do Sul, após a forte quebra de safra registrada em 2025, deve ser o principal vetor do ritmo mais acelerado de crescimento do consumo.
Já o Centro-Oeste deve reduzir significativamente o ritmo de expansão do consumo de diesel B em 2026, avançando menos de 50 mil metros cúbicos diante da expectativa de queda na produção de soja e milho. No Nordeste, esse avanço do diesel também deve ser menor, acompanhando a desaceleração prevista nos setores agrícola e industrial.
Peso do ‘agro’
Mesmo em um contexto de recuo na produção de milho na próxima safra, fatores estruturais vão continuar sustentando o avanço do uso do combustível, com destaque para a produção de grãos e de bens industriais, setores que manterão a pauta exportadora aquecida apesar de eventuais recuos marginais.
Esse cenário ainda deve resultar em maior circulação de cargas e intensificação dos fretes rodoviários e ferroviários, reforçando a demanda nacional por diesel B. “O crescimento projetado para 2026 é a continuidade da expansão da produção agrícola e industrial, pilares do aumento de fluxo logístico no país”, resume Cordeiro.








