Cláudia Borges, da Agência iNFRA
Um mapeamento das cadeias produtivas da soja, do milho e do minério de ferro, e suas principais rotas de escoamento, foi apresentado em seminário realizado no DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), na quarta-feira (14), em Brasília.
O trabalho faz parte do estudo de corredores logísticos estratégicos elaborado pela Secretaria de Políticas e Integração do MPTA (Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil). As cargas escolhidas foram priorizadas em função do volume transportado e pelos valores obtidos com a comercialização dos produtos.
Instrumento de planejamento
Para o secretário de Política e Integração do MPTA, Herbert Drummond, os diagnósticos apresentados pelos estudos de corredores logísticos devem servir como instrumento de planejamento. “Hoje, a logística tem sido muito mais um apoio em termos de marketing do que de planejamento”, afirmou.
Segundo o secretário, a iniciativa privada foi muito ouvida para a elaboração do estudo de corredores estratégicos. “Tivemos a preocupação de manter o espírito prático”, afirmou.
Mas convencer as empresas a abrir dados foi uma das maiores dificuldades enfrentadas. “Havia muito descrédito devido a trabalhos já realizados e que não foram implementados”, explicou Drummond.
Logística eficiente
O ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, destacou que objetivo era mapear e diagnosticar a cadeia produtiva, tanto da exportação quanto como para consumo interno, e avaliar a infraestrutura do corredor, bem como a necessidade de intervenção ao longo do tempo nos trechos identificados.
Já em clima de despedida da pasta, Quintella afirmou que os estudos de corredores devem ser utilizados para orientar investimentos em infraestrutura do Brasil nos próximos anos, de forma planejada. O ministro deve deixar o cargo nas próximas semanas e retomar seu mandato de deputado federal.
O ministro citou as ferrovias Transnordestina Logística, FNS (Ferrovia Norte-Sul) e Fiol (Ferrovia de Integração Leste-Oeste) como obras feitas sem planejamento. “Não pensaram onde estão a carga e nem se estão ligadas a um porto. Isso é falta de planejamento, desperdício de dinheiro público. O caso da Transnordestina é um nó que será difícil de ser desatado”, enfatizou.
O ministro informou que, na sequência, serão analisadas as cadeias do petróleo, combustíveis, açúcar, carnes e automóveis. Também serão avaliados corredores destinados ao transporte de passageiros, integração nacional e internacional e segurança nacional.