da Agência iNFRA
As ferrovias brasileiras sofrem de um outro problema que ajuda a tornar mais difícil a vida de quem deseja usá-las: a falta de informação adequada.
Célio Pereira, consultor em transportes, terminou recentemente mapas sobre diferentes dimensões das ferrovias do Brasil, em que precisou cruzar dados de diferentes bancos de informações para ter uma informação mais precisa sobre a localização e o uso das ferrovias nacionais.
Além disso, segundo ele, precisou também fazer checagens para identificar onde efetivamente as ferrovias estão operacionais, porque as declarações de rede, documento enviado pelas concessionárias sobre como utilizam as ferrovias, têm falhas.
O quadro geral é de pouco alento. Segundo ele, dos quase 30 mil quilômetros de ferrovias, as operacionais e com tráfego regular estão entre sete a oito mil quilômetros, transportando 95% do tku (tonelada quilômetro útil).
Nova malha
Pereira projetou ainda uma rede para atender o país nos próximos 40 anos que teria 40 mil quilômetros de ferrovias. Segundo ele, praticamente todas as ferrovias do país vão precisar de intervenção, inclusive as que estão em construção ou recém-concluídas, por não terem sinalização.
De acordo com o consultor, uma malha nova no Brasil seria eficaz por poder ser construída a um custo menor que ferrovias feitas em outros países e mais eficientes para o transporte ferroviário.
No entanto, ele aponta para um dificuldade futura pouco analisada pelo governo para a concorrência, que é a falta de padronização dos sistemas de bordo das locomotivas. No Brasil, cada empresa pode ter o seu e isso faz com que seja necessário um alto investimento de uma companhia para poder ter um trem que opere em mais de uma malha.
Célio Pereira conta que na Europa e nos EUA o problema também ocorreu quando aumentou a concorrência e foram necessárias ações dos governos para criar padrões que não impedissem a concorrência intramodal.