Indústria de E-Vtols está entrando no mundo real, diz superintendente da ANAC

Dimmi Amora, da Agência iNFRA

A indústria de E-Vtols começou a entrar no “mundo real” a partir de 2024, seja em termos de iniciar protótipos e testes para voar com essas aeronaves, seja também em relação às dificuldades da vida prática para se levantar novos empreendimentos, com reprogramações de lançamentos e dificuldades econômicas das empresas.

Essa é a avaliação do então superintendente de Aeronavegabilidade da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), Roberto Honorato, em entrevista à Agência iNFRA no fim de 2024. Logo depois, ele foi nomeado diretor-presidente substituto da agência.

“O panorama hoje do setor é mais realista. Há algum tempo atrás, todo mundo começou a investir, apareciam essas imagens de computador. Agora, as empresas estão começando a ver os problemas”, disse Honorato para quem o maior desafio do setor é criar um modelo operacional economicamente viável. “O problema é ter uma operação, mesmo. Em termos de tecnologia, não tem nada que não possa ser feito.”

Em 2023, também à Agência iNFRA, Honorato explicou como a ANAC estava trabalhando na regulação desse setor de aeronaves para a chamada mobilidade área urbana. A agência lançou no ano passado a primeira etapa do processo, que são as regras para a certificação das aeronaves. 

Segundo Honorato, a ANAC será a responsável mundial por certificar um dos projetos mais avançados da área, que é o da Eve, uma subsidiária da Embraer. Em outros dois, os da Vertical Aerospace e da Lilium, ambas europeias, a agência acompanha a certificação de autoridades de aviação de fora. Outro projeto bem avançado é da Joby Aviation, americana. Esse trabalho é feito em cooperação para que as certificações dadas por um país possam ser aceitas pelos outros.

É nessa etapa que Honorato aponta que esses projetos caíram na real a partir de 2025. No caso da Lillium, que era o mais avançado em termos de certificação, a empresa entrou em dificuldades financeiras e tenta se recuperar para seguir com o projeto. A Vertical já teve que passar a previsão de entregas de 2026 para 2027.

Até 2 anos e meio para certificação
A Eve montou um protótipo para voos controlados remotamente no ano passado, mas que, por enquanto, está sendo feito para a certificação de sistemas. O superintendente avalia que a certificação definitiva do aparelho da empresa possa levar entre dois anos e dois anos e meio.

Ele explica que, diferentemente de que possa parecer outros tipos de certificação, na aviação ela não é apenas um teste para saber se um produto final está adequado. O produto já é concebido dentro das especificações dadas e isso vai sendo acompanhado passo a passo.

“A certificação já ocorre dentro do desenvolvimento do projeto. Não é igual a um teste no Inmetro, por exemplo”, comparou Honorato.

Outras necessidades
O superintendente lembra ainda que na medida que a certificação for avançando, também serão necessários outros avanços em termos de regulação do controle de espaço aéreo, de locais para pousos e decolagens, entre outros. 

A ANAC abriu no fim do ano passado um sandbox regulatório para receber propostas sobre os vertports, que são os locais pensados para as operações dos E-Vtols. Segundo ele, houve empresas que apresentaram propostas para esses ambientes experimentais de regulação.

Honorato lembrou ainda que também já começaram a aparecer modelos de aeronaves para testar o que vem sendo chamado de mobilidade aérea regional, para voos com um pouco mais de autonomia do que está sendo planejado para os E-Vtols, que é algo na casa dos 15 a 20 minutos.

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