Apresentado por Motiva
A biodiversidade deixou de ocupar um papel secundário na agenda ambiental do setor de infraestrutura, passando a ser vista como um fator estratégico no combate às mudanças climáticas. Ao colocar em prática ações que ajudam a conservar e a preservar as florestas, os projetos contribuem para a regulação da temperatura global e, por consequência, ajudam a reduzir o risco climático na gestão operacional das empresas.
Em linha com a sua estratégia de liderar a agenda de sustentabilidade em infraestrutura de mobilidade no Brasil e reduzir a sua pegada ambiental, a Motiva registrou avanços relevantes na frente de biodiversidade ao longo de 2025. A companhia assumiu o compromisso de ser “no net loss”, que busca assegurar que os impactos causados por suas operações sobre o meio ambiente sejam evitados, minimizados e, quando inevitáveis, compensados, gerando saldo neutro ou positivo aos ecossistemas.
Como desdobramento deste compromisso, a Motiva foi a primeira empresa da América do Sul em seu setor a aderir ao TNFD (Taskforce on Nature-related Financial Disclosures), uma iniciativa global com foco no mapeamento dos riscos e das oportunidades voltadas à preservação da biodiversidade. Ao aderir ao TNFD, a Motiva assumiu também o compromisso de divulgar essas informações periodicamente ao mercado.
“O TNFD tem nos ajudado a mapear dependências dos recursos naturais, impactos gerados, riscos e oportunidades em grandes projetos. Começamos pelas rodovias, que são o ativo mais sensível e de maior significância quando falamos em impacto à biodiversidade, mas vamos estender o tema para a nossa plataforma de trilhos (trens, metrôs e VLT)”, destacou a diretora de Sustentabilidade da Motiva, Juliana Silva.
A experiência acumulada na agenda climática aponta o caminho. “No passado, seguimos as diretrizes do TCFD (Task Force on Climate-Related Financial Disclosures), mapeando riscos climáticos e definindo planos de adaptação, o que nos antecipou a exigências regulatórias em novos contratos de concessão. A mesma lógica deve ocorrer agora com a biodiversidade”, afirma. O desafio será avançar na criação de metas quantificáveis, capazes de sustentar discussões emergentes, como a de créditos de biodiversidade.
Duas das principais lacunas em ações voltadas à preservação da biodiversidade são a falta de padronização de dados e a necessidade de adaptar metodologias globais às particularidades dos biomas brasileiros. São barreiras que dificultam a avaliação de riscos de forma estruturada e comparável e que o TNFD pretende ajudar a superar. Para endereçar o primeiro tema, a Motiva foi uma das participantes do projeto-piloto conduzido pela TNFD com foco na estruturação de uma metodologia para trazer rastreabilidade e padronização às informações, fortalecendo a tomada de decisão e a transparência das empresas.
A presidente do CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável), Marina Grossi, explica que o framework da TNFD traz novidades importantes para o setor de infraestrutura, como a análise por localização geográfica, o envolvimento de partes interessadas e a proposição de um conjunto de métricas comuns para orientar a elaboração de relatórios para a tomada de decisão e comparações entre as empresas.
“Para setores como infraestrutura e concessões, esse framework é estratégico porque conecta decisões de investimento e de gestão de risco à conservação da natureza. Em atividades que dependem diretamente do território e de processos de licenciamento, essa integração é essencial”, disse.
Na prática, o mapeamento permite identificar áreas prioritárias e sensíveis, como biomas ameaçados, ecossistemas em risco, áreas legalmente protegidas ou regiões de escassez hídrica. Isso possibilita estruturar projetos para que considerem tais variáveis desde o início. Já nos processos de licenciamento, os dados padronizados e análises geoespaciais dão mais robustez e transparência aos estudos exigidos.
O CEBDS coordena um projeto-piloto para a aplicação da primeira etapa do TNFD, que avança em questões cruciais, como a construção de uma governança técnica e o alinhamento de premissas para o setor. “Um resultado importante foi a criação de mapas de análise setorial, que cruzam materialidade com dados financeiros, ajudando a visualizar riscos e oportunidades”, comentou Marina Grossi.
Além das exigências da lei
Estratégias ambientais alinhadas à preservação da biodiversidade têm reflexos diretos sobre a resiliência climática, a segurança hídrica e o equilíbrio dos ecossistemas. Para além das exigências previstas no processo de licenciamento ambiental, a Motiva vem olhando e colocando em prática outras iniciativas para reduzir a sua pegada ambiental e preservar o meio ambiente no entorno dos ativos.
“Quando olhamos para a compensação ambiental, é sempre com a provocação sobre o que podemos fazer a mais”, pontuou a gerente de Meio Ambiente e Desapropriação da Motiva Rodovias, Elisa Dias Alves da Silva. A busca por iniciativas que mitiguem os impactos sobre a fauna e a flora tem impulsionado a adoção de soluções baseadas na natureza pela companhia, como a criação de corredores ecológicos, a incorporação de áreas ameaçadas em unidades de conservação e o pagamento por serviços ambientais.
Durante a COP30 (30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas), realizada em Belém (PA), a Motiva anunciou a sua adesão à Aliança pela Mata Atlântica, uma coalizão multissetorial liderada pela Fundação SOS Mata Atlântica que busca restaurar diretamente 5 mil hectares, avançar rumo ao desmatamento zero nas bacias do Médio Tietê e do Médio Paraíba do Sul e mobilizar R$ 500 milhões em recursos para estas iniciativas até 2030.
Dentro do contexto da Aliança, a Motiva vai destinar cerca de R$ 1 milhão em um projeto voluntário de restauração florestal para recuperar 16 hectares na Mata Atlântica, criando o primeiro corredor ecológico da companhia. Ao todo, serão plantadas cerca de 40 mil mudas de árvores nativas do bioma neste projeto, que tem perspectiva de expansão no médio e longo prazo. A previsão é de que a iniciativa gere, até 2042, cerca de 9 mil créditos verificados à Motiva, que poderão ser usados para compensar as emissões da Motiva.
Ainda no contexto da COP30, a Motiva também aderiu ao Finaclima SP, um mecanismo de financiamento lançado pelo governo de São Paulo para viabilizar a aplicação de recursos em projetos que acelerem a transição climática no estado. A companhia, por meio da sua plataforma de rodovias, está destinando R$ 7 milhões para a restauração de 100 hectares de áreas degradadas, sendo a maior doadora do fundo até o momento.
Na região Serra das Araras, no Rio de Janeiro, a Motiva projeta uma área de 300 hectares em compensação ambiental referente às obras de ampliação da Rodovia Presidente Dutra. “A Serra atravessa uma área de floresta primária, e estamos realizando um estudo detalhado sobre a riqueza de biodiversidade existente, trazendo o comparativo do que suprimimos, que são áreas mais antropizadas, e do que devolveremos em proporções maiores”, explicou Elisa.
Uma das ações em curso na região inclui a coleta de orquídeas, bromélias e outras espécies identificadas durante o processo de supressão vegetal. Foi montado um viveiro onde essas espécies resgatadas ficarão até serem novamente incorporadas à natureza, em uma futura área de preservação.
Iniciativas pioneiras de preservação
Uma abordagem pioneira adotada pela Motiva Rodovias para potencializar os resultados dos projetos de compensação ambiental em suas obras é a regularização fundiária em biomas sensíveis. A companhia foi a primeira a adotar a estratégia de incorporar áreas privadas sob risco de desmatamento em UCs (Unidades de Conservação) existentes, como alternativa ao plantio obrigatório, trazendo proteção ambiental para estas regiões.
Esta abordagem inovadora tem possibilitado a preservação de 533,56 hectares decretados pelos órgãos ambientais federal e estaduais como prioritários e sensíveis ambientalmente, devido às suas características e relevância. O projeto já incorporou áreas ao Parque Estadual da Serra do Tabuleiro (SC), à Estação Ecológica Estadual Aratinga (RS), ao Parque Estadual do Cunhambebe (RJ) e ao Parque Estadual Itapetininga (SP), todas unidades de conservação localizadas na Mata Atlântica, o bioma mais ameaçado do Brasil.
Dentro deste projeto, um caso pioneiro ocorreu na concessão da ViaSul, que administra 473,4 quilômetros de rodovias no Rio Grande do Sul. Em Lajeado (RS), levantamentos identificaram um remanescente de Mata Atlântica ameaçado pela expansão imobiliária, que pertencia a proprietários privados. Após a aquisição dos terrenos, a prefeitura local, com o apoio da concessionária e aprovação do Ibama, criou um parque municipal, garantindo a preservação de 52,16 hectares de Mata Atlântica na região.
Outra frente adotada pela Motiva para garantir a conservação do meio ambiente é o uso do mecanismo de pagamento por serviços ambientais (PSA). A companhia foi pioneira em adquirir, até o momento, 97 mil toneladas de créditos de carbono gerados pela metodologia PSA Carbonflor, aplicada na Legado das Águas, a maior reserva privada de Mata Atlântica do país, administrada pela Reservas Votorantim.
A metodologia da PSA Carbonflor (C+) busca recompensar proprietários que mantêm uma área ambiental conservada. A primeira operação, realizada ao final de 2024, foi a primeira compra de créditos de carbono do Brasil a ser registrada na plataforma da B3. Os créditos de carbono estão sendo usados pela Motiva para compensar as suas emissões de escopo 1 (diretas), em linha com a meta de ser neutra em carbono nos escopos 1 e 2 até 2035.
Educação ambiental para jovens
Além dos projetos para preservação e conservação da biodiversidade, a Motiva, por meio do Instituto Motiva, vem desenvolvendo ações de educação ambiental voltadas a crianças e adolescentes. Neste ano, em Belém (PA), a entidade lançou o Escolas Baseadas na Natureza, o maior programa privado do Brasil com foco nesta abordagem pedagógica.
O programa, que tem o Instituto Crescer e o Instituto Alana como parceiros técnico e pedagógico, já nasce presente em 280 cidades das cinco regiões do Brasil, beneficiando mais de 170 mil estudantes. O projeto capacita educadores a desenvolverem práticas pedagógicas que coloquem a natureza no centro da aprendizagem do aluno. Com duração de 40 horas e 100% a distância e online, a formação é aberta a qualquer educador do país.
“O Instituto Motiva tem como missão ser um indutor do desenvolvimento de cidades inclusivas, resilientes e sustentáveis no Brasil. Investir nas escolas e no ensino é construir um futuro menos desigual e com mais oportunidades para todos. Por meio do Escolas Baseadas na Natureza, colaboramos para a superação dos desafios atuais da educação no Brasil e contribuímos para formar cidadãos protagonistas na agenda climática”, afirma a presidente do Instituto Motiva, Renata Ruggiero.





