Amanda Pupo, da Agência iNFRA
O governo federal fechou nesta quinta-feira (30) um ciclo de seis leilões que repassaram à iniciativa privada 3,3 mil quilômetros de rodovias federais e estaduais no Paraná. Os projetos começaram a ser modelados ainda na gestão passada, com o primeiro certame realizado em 2023 – já no governo Lula –, após as administrações federal e estadual precisarem vencer a grande resistência política que havia sobre as concessões na região.
Com a gestora Pátria arrematando o último grupo de rodovias paranaenses que foi a mercado, os seis projetos ficaram divididos entre três operadores: a EPR conquistou os lotes 2, 4 e 6, o Pátria ficou com os lotes 1 – o primeiro leiloado – e o 5, e a Motiva (ex-CCR) com o Lote 3.
O Lote 5, último a ser licitado, atraiu o interesse também da Way Brasil, que ofertou desconto no pedágio de 16,70%, contra deságio de 23,80% da vencedora. Como o desconto oferecido ultrapassou 18%, a concessionária terá de fazer um aporte adicional de R$ 399,4 milhões no ativo.
A regra que vincula deságios mais agressivos a um aporte pela administradora destravou as concessões no estado. Inicialmente, as modelagens consideravam o leilão híbrido que era adotado pela gestão de Tarcísio de Freitas no Ministério da Infraestrutura, responsável por limitar o desconto no pedágio como uma vacina contra lances aventureiros, que marcaram o fracasso da terceira rodada de concessões.
A classe política paranaense, contudo, resistia a esse formato. Ainda na gestão Tarcísio, os governos federal e estadual começaram a elaborar o modelo de desconto vinculado a aportes, que acabou se consolidando na entrada do governo Lula, que já na transição criticava o modelo de limite a deságios.








