Gabriel Vasconcelos, da Agência iNFRA
A Petrobras tem edital aberto para reaproveitar os cascos de dois navios-plataforma (P-35 e P-37), após desmantelamento e destinação do topside (sistemas na parte de cima da embarcação), e leiloar a integralidade de outras duas unidades (P-19 e P-26) em processo de descomissionamento. As quatro plataformas operaram por duas décadas ou pouco mais no campo de Marlim, na Bacia de Campos.
Reaproveitamento
O reaproveitamento da P-35 e P-37 inclui projeto de engenharia, preparação e remoção dos sistemas de topside, destinação final do material, guarda de equipamentos, tratamento de efluentes e resíduos sólidos e venda do topside como sucata após desmantelamento. O material é ambicionado pela indústria siderúrgica, que o utiliza nos fornos. As propostas das empresas prestadoras dos serviços serão conhecidas em 10 de fevereiro.
Os cascos de ambos os navios serão perparados para receber sistemas modernos e serem alocados em outros projetos. A diretora de Engenharia e Tecnologia da Petrobras, Renata Baruzzi, já informou que os técnicos da companhia estudam a lista possibilidades, na qual constam os projetos e Barracuda-Caratinga, Marlim Sul e Marlim Leste, entorno de Forno, Parque das Baleias entre outros.
Esse reaproveitamento de estruturas de Plataformas, realocação ou extensão da vida-útil são opções da gestão Magda Chambriard para reduzir os custos previstos com a fila de processos de descomissionamento, caminho que gestão anterior, de Jean-Paul Prates, tinha escolhido acelerar.
Leilão
Esse descomissionamento será o destino das outras duas plataformas em jogo, a P-19 e P-26. A Petrobras informou, no início da noite desta sexta-feira (12), que ambas as unidades serão “vendidas separadamente para reciclagem sustentável”, processo por meio do qual a estatal vai disponibilizar cerca de 40 mil toneladas de aço ao mercado.
O edital, que prevê duas fases (habilitação e disputa de preços) é destinado a empresas donas de instalações de reciclagem de embarcações, como estaleiros, que poderão participar individualmente ou em associação com outras empresas, desde que operem em território nacional. Inicialmente, a etapa de oferta de lances também está prevista para ocorrer em fevereiro de 2026.
A P-26 está acostada no Porto do Açu, no norte do estado do Rio de Janeiro, enquanto a P-19 permanece ancorada no Campo de Marlim, na Bacia de Campos.
Segundo a Petrobras, há inovações neste leilão quando comparado com os da P-32 e P-33, adquiridas pela Gerdau, que contratou a Ecovix para o desmantelamento em seu estaleiro, o Rio Grande, no Rio Grande do Sul. O processo é permeado por disputas a cerca das obrigações das partes (Petrobras, compradora e prestador de serviços).
Desta vez, para tornar o leilão mais atrativo, a Petrobras traz novidades em alguns requisitos, como a possibilidade de realizar a reciclagem em solo impermeável – e não apenas em dique seco, como ocorreu com a P-32 e a P-33 –, a possibilidade de acostamento da unidade pelo comprador e a realização de pré-desmantelamento.
“Esses novos requisitos aprimoram o processo de venda, sem abrir mão dos aspectos de segurança, meio ambiente e saúde, garantindo a destinação sustentável alinhada às melhores práticas da indústria mundial”, escreveu a Petrobras em nota.








