Jenifer Ribeiro, da Agência iNFRA
O Porto do Açu (RJ), em parceria com a Shell, quer iniciar a produção da planta piloto para o uso do hidrogênio verde em 2025, segundo informou, na última segunda-feira (3), a gerente-geral de Desenvolvimento Portuário e ESG do porto, Fernanda Sossai.
Ela explicou, durante o painel que tratou da descarbonização e transição energética na atividade portuária da 29ª edição do CooperaPortos, que o desenvolvimento da tecnologia será brasileira o que vai permitir que o projeto seja “tecnicamente e economicamente viável”.
Fernanda também disse que com a implementação do hidrogênio verde existe a possibilidade de o porto usar fertilizantes nitrogenados, como a amônia verde, e o aço de baixo carbono. No entanto, ainda não há previsão para começar a usar essas alternativas.
Desenvolvimento de estudos
Na semana passada, o porto assinou um memorando de entendimento com a Neoenergia e com a Prumo para o desenvolvimento de estudos para a produção de hidrogênio verde no local.
Levantamento recente da CNI (Confederação Nacional da Indústria) aponta que atualmente o Porto do Açu é um de três que têm parcerias com complexos industriais e empresas de energia para desenvolver projetos de hidrogênio verde.
Além dele, estão incluídos o porto de Pecém (CE) e de Suape (PE). Por sua vez, o porto de Suape lançou no final de agosto chamada pública para empresas interessadas na instalação de uma planta de hidrogênio verde no estado se apresentarem.
A alternativa tem sido a grande aposta do setor portuário para a transição energética porque o produto pode ser produzido a partir de fontes renováveis, como energia solar e eólica, e não emite gases de efeito estufa.
Eólica offshore
O acordo entre a Neoenergia e a Prumo contempla ainda a realização de estudos para a geração eólica offshore na região. Durante o evento, a gerente de Desenvolvimento Portuário e ESG comentou que o porto pode atender toda a cadeia de valor da energia eólica offshore desde o ponto de chegada até a base logística e industrial.
