06/10/2025 | 17h55

Quase 12 milhões de domicílios usavam lenha para cozinhar em 2023, diz estudo

Foto: Wikimedia Commons

da Agência iNFRA

Segundo levantamento divulgado pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética), em 2023, 94,5% dos brasileiros usavam gás de cozinha, gás encanado ou eletricidade para cozinhar. Maranhão teve a menor taxa (76,3%), enquanto SP, DF e RJ ultrapassaram 99,7%.

As informações estão no Caderno de Diagnóstico sobre a Carência de Acesso ao Cozimento Limpo no Brasil, elaborado pela Superintendência de Estudos Econômicos e Energéticos da EPE. O documento apresenta um panorama sobre o acesso das famílias brasileiras a fontes de energia modernas e seguras para o preparo de alimentos, como eletricidade, gás e energia solar.

O cozimento é o uso mais intensivo de energia nos domicílios, representando 52% da demanda energética residencial.

“Cozimento limpo” é o uso de combustíveis e tecnologias que não prejudicam a qualidade do ar dentro das casas, conforme definição da OMS e do IBGE. No Brasil, as fontes consideradas “sujas” são lenha e carvão vegetal, ainda amplamente usados em áreas rurais e por famílias de baixa renda.

Segundo o levantamento, quase 12 milhões de domicílios ainda utilizavam lenha em 2023, 36 milhões de pessoas declararam cozinhar com biomassa (lenha ou carvão) e, entre as famílias de baixa renda, 4,5 milhões de domicílios (25%) cozinham com biomassa.

O uso de lenha vem caindo nos últimos anos, com substituição gradual pelo gás de cozinha e pela eletricidade. Apesar disso, a lenha segue importante para o setor residencial, sobretudo nas áreas rurais.

O consumo de energia per capita para cozimento no Brasil é alto em comparação a outros países da IEA, devido à ineficiência do uso da lenha. Parte das famílias mantém o uso da lenha por tradição cultural ou para reduzir custos domésticos. 90% da lenha usada em áreas rurais é “catada”, sem custo monetário, o que reforça o vínculo entre vulnerabilidade e uso da biomassa.

O estudo mostra que o Brasil avançou na universalização do cozimento limpo, mas ainda enfrenta desigualdades regionais e desafios sociais. A erradicação da pobreza energética depende da expansão do acesso a fontes modernas, especialmente entre famílias rurais e de baixa renda.

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