Gabriel Vasconcelos, da Agência iNFRA
A Shell pode fazer uma primeira perfuração na Bacia de Pelotas, no sul do país, em 2028, disse hoje (29) o diretor de exploração e desenvolvimento da companhia, Lucio Prevatti. Por ora, informou, a petroleira trabalha em cima de dados sísmicos. O executivo falou no 12° seminário sobre matriz e segurança energética brasileira, organizado pela FGV Energia, na sede da instituição, no Rio de Janeiro.
“Compramos os blocos há dois anos e tivemos um ciclo de aquisição de dados. A primeira perfuração (pode acontecer), talvez, em 2028. E, em caso de descoberta, estamos falando em mais de 10 anos até o primeiro óleo”, disse Prevatti.
Nova fronteira de exploração, a Bacia de Pelotas é encarada como alternativa imediata à Margem Equatorial, onde a Petrobras enfrenta dificuldades para obter licença ambiental que permita perfurar na Foz do Amazonas, uma das cinco bacias da província petrolífera. A Shell arrematou 29 blocos em Pelotas junto com a Petrobras no último leilão de concessão, em 2023.
O diretor da Shell ponderou, no entanto, que somente Pelotas não será suficiente para a reposição de reservas necessárias ao país após meados da próxima década, quando o pré-sal das bacias de Campos e Santos entrar em declínio. “A gente precisa investir em novas fronteiras e o Brasil precisa achar uma nova área de produção”, disse, em referência indireta à Margem Equatorial.
O número de perfurações no Brasil caiu vertiginosamente nos últimos anos. Mas, da parte da Shell, haveria apetite para retomar a atividade exploratória em novas fronteiras. O principal empecilho hoje, disse uma fonte, seria o cenário de dificuldades de licenciamento junto ao Ibama.