28/10/2025 | 09h00  •  Atualização: 03/11/2025 | 18h08

TotalEnergies quer investir em hidrelétricas no Brasil, diz executivo

Foto: LinkedIn

Lais Carregosa, da Agência iNFRA

A companhia francesa TotalEnergies, uma das maiores petroleiras do mundo, quer ampliar o seu portfólio renovável no Brasil com investimentos em hidrelétricas, afirmou o diretor-geral da empresa no país, Olivier Bahabanian. Segundo o executivo, o plano é adquirir ativos maduros que já estejam em operação comercial, seja em parceria com outra empresa ou para operação integral pela companhia. Ele também não descarta avançar em usinas reversíveis.

Olivier afirma que a TotalEnergies está buscando desenvolver no país um modelo de negócios de eletricidade “firme e limpa”, com projetos flexíveis. “Nós sabemos que é interessante, estamos olhando para isso, mas realmente é uma questão de estar no lugar certo, na hora certa e com a oferta certa”, disse à Agência iNFRA.

Hoje, no Brasil, a empresa já tem cerca de 4,3 GW (gigawatts) de capacidade em usinas eólicas e solares considerando projetos em operação e desenvolvimento em parceria com a Casa dos Ventos, empresa na qual tem 34% de participação. A companhia tem outros 300 MW (megawatts) operados diretamente, por meio da subsidiária Total Eren.

Baterias
A companhia também está de olho no mercado de baterias no país. Olivier afirma que pretende participar, junto com a Casa dos Ventos, do leilão exclusivo para a tecnologia previsto para 2026. Segundo ele, os sistemas de armazenamento são importantes “principalmente para resolver alguns dos problemas de ‘curtailment’”, como são conhecidos os cortes obrigatórios de geração e que têm afetado as usinas eólicas da Total no país. A estimativa da Casa dos Ventos é que cerca de 15% da sua geração tem sido cortada.

“Nós estamos definitivamente interessados em armazenamento por meio de bateria para complementar [os negócios de] eólica e solar”, disse.

Olivier também cita os investimentos em data centers como um atrativo para o negócio. Segundo apuração da Agência iNFRA, a Casa dos Ventos está em negociações com big techs para instalar um centro de processamento no Porto de Pecém, no Ceará. O porto abriga ainda um projeto de hidrogênio verde da empresa, desenvolvido para exportação do combustível na forma de amônia.

Eólica offshore
Sobre possíveis investimentos em eólica offshore, o diretor da companhia afirma que a fonte deve ser desenvolvida no país apenas quando o potencial de geração onshore estiver saturado. Atualmente, a TotalEnergies tem projetos geração em alto-mar na Europa, Àsia e nos Estados Unidos,

Isso, segundo Olivier, se dá por conta do custo. De acordo com ele, a fonte eólica em terra tem mais “sentido econômico”. “Para o Brasil, usar o recurso eólico onshore é muito mais eficiente do que ir para o mar. Quando se saturar a eólica onshore, talvez possa olhar para o mar, mas é [um recurso tecnológico] caro.”

Ele destaca ainda que, apesar do conhecimento geológico que pode ser compartilhado entre a produção de petróleo e a geração de energia eólica em alto-mar, há poucas sinergias entre os dois recursos. 

* A repórter viajou ao Rio de Janeiro, Fortaleza e Natal a convite da TotalEnergies.

*O texto foi atualizado às 9h39 da terça-feira (28) para ajustes textuais; e às 18h08 de segunda-feira (3) com informações adicionais.

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