Gabriel Vasconcelos, da Agência iNFRA
O diretor-geral da TotalEnergies no Brasil, Olivier Bahabanian, afirmou hoje (29) que a companhia francesa segue focada no polígono do pré-sal e, por isso, está mais interessada no próximo leilão de partilha do que no leilão de concessão, marcado para 17 de junho. A ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) divulgou hoje o edital do 3° Ciclo da Oferta Permanente de Partilha, com 13 blocos que podem ser leiloados até o fim do ano.
Bahabanian falou a jornalistas na saída do 12° seminário sobre matriz e segurança energética brasileira, organizado pela FGV Energia no Rio de Janeiro. Ele citou a importância de retomar o ritmo da exploração no Brasil, mas disse que a TotalEnergies só tem planos nesse sentido para o pré-sal.
Ele destacou que o consórcio liderado pela Petrobras como operadora (30%), mas integrado por TotalEnergies (30%), Petronas (20%) e QatarEnergy (20%), vai perfurar, em junho, o bloco de Água Marinha, no pré-sal da Bacia de Campos. Esse bloco foi arrematado no leilão da oferta permanente de 2022.
Sem Margem Equatorial
Questionado sobre a possibilidade de retornar à Margem Equatorial, no contexto de uma licença ambiental mais próxima para a Petrobras atuar na Foz do Amazonas, Bahabanian informou não ter planos desse tipo.
A TotalEnergies abandonou cinco blocos na Bacia da Foz do Amazonas, na Margem Equatorial, ainda em 2020 após anos pleiteando a licença que a Petrobras tenta agora. A empresa ainda mantém um único bloco em outra bacia da Margem, Barreirinhas, no litoral do Maranhão.
Suriname
O executivo lembrou, no entanto, que a empresa atua em região contígua à Margem Equatorial brasileira, no Suriname, onde possui quatro blocos.
Naquele país, a empresa desenvolve o projeto GrandMorgu, que inclui um navio plataforma com capacidade para produzir 220 mil barris de petróleo por dia e preparado para acomodar tie-backs (interligações com outros campos). O investimento total estimado é de US$ 10,5 bilhões e o primeiro óleo é esperado em 2028.
“O Suriname é muito bom, interessante para nós, e vamos perfurar um poço ainda este ano lá”, disse Bahabanian.
Os campos visados pela TotalEnergies no Suriname estão localizados a 150 quilômetros da costa e possuem reservas recuperáveis estimadas em mais de 750 milhões de barris.
*Esta matéria foi atualizada para corrigir a informação sobre o cargo de Olivier Bahabanian, que é diretor-geral da TotalEnergies no Brasil, e não CEO.