08/08/2025 | 14h58  •  Atualização: 09/08/2025 | 09h03

‘Margem do negócio de GLP cresceu quase 188%’, diz diretor da Petrobras ao justificar possível volta à distribuição

Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil

Gabriel Vasconcelos, da Agência iNFRA

O diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, Claudio Schlosser, disse nesta sexta-feira (8) que a margem do mercado de GLP cresceu quase 188%, para justificar o interesse da empresa em um eventual retorno à distribuição deste insumo. Ele não detalhou em que período esse crescimento foi verificado. Além disso, disse que a Petrobras já está buscando grandes clientes de GLP para oferecer venda direta (sem intermediários).

“O que buscamos é acessar mercado. O que foi colocado pelo Conselho é mais uma oportunidade de avaliação para identificar melhorias [no braço de GLP]. Temos visto que o mercado de GLP tem uma margem mais elevada, que cresceu quase 188%. Obviamente vamos avaliar essa forma de chegar mais próximo do consumidor final. [Distribuição] Está no nosso radar, mas seguindo todos os preceitos da companhia com relação à seleção dos investimentos, princípios de economicidade e atratividade”, disse o diretor da Petrobras.

Schlosser comentava, em entrevista coletiva sobre os resultados financeiros do segundo trimestre, o aval dado na quinta-feira (7) pelo Conselho de Administração da estatal para a o retorno da empresa ao segmento de distribuição. Mais cedo, em teleconferência com investidores, a presidente da estatal, Magda Chambriard, já tinha dito que não há nada sólido em vista para distribuição de GLP, mas indicou observar oportunidades.

A posição do diretor foi reiterada por Magda na entrevista. Ela observou que gestões passadas da companhia determinaram, no plano de negócios quinquenal, a saída de mercados como produção de etanol e revenda de GLP e combustíveis derivados de petróleo (distribuição), o que estaria sendo revertido agora.

“Porque vamos fechar essa porta? Deixa essa porta aberta. Se for uma porta aberta capaz de trazer bons resultados para a companhia, porque vamos nos auto-limitar?”, disse Magda.

“GLP é um bom exemplo. Vimos como o negócio de GLP ampliou a sua atratividade. O Claudio [Schlosser] falou em 188%. Qual foi o mercado e o negócio que, em tão curto período, aumentou a atratividade em 188%? Não vamos, de jeito nenhum nos auto-limitar, vamos buscar expansão dos nossos mercados com a alocação de produtos da forma mais rentável possível para a companhia”, continuou a presidente da Petrobras.

Os dois executivos buscam, assim, argumentar sobre a rentabilidade de voltar ao segmento de distirbuição de GLP. Mas a tese de que a companhia pode absorver as margens vantajosas da revenda é contraditória à intenção do governo, que encara a volta à distribuição como um caminho para baixar o preço do insumo, o gás de cozinha, ao consumidor final mais pobre. Conforme dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), desde o fim de 2020, quando a venda da subsidiária de distribuição de GLP da Petrobras (Liquigás) foi concluída, o preço médio do botijão de 13kg saltou 43,3% no varejo, o que é alvo de reclamações públicas constantes do presidente Lula.

O mercado é avesso a diversificações da atuação da companhia fora do E&P (Exploração e Produção de Petróleo e Gás), em geral menos lucrativas. Em função da nova diretriz para distribuição na estratégia da empresa, mas também devido a um lucro e dividendos abaixo dos projetados pelo mercado para o segundo trimestre, as ações da companhia caíam 5% às 14h20 desta sexta-feira (8).

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