Dimmi Amora, da Agência iNFRA
Os investimentos em infraestrutura do setor público e também de empresas e concessionárias deve seguir em sua tendência de baixa, já registrada nos últimos dois anos. É o que aponta o Boletim Transporte em Números, publicado nesta terça-feira (11) pela CNT (Confederação Nacional dos Transportes).
De acordo com o relatório, o investimento público federal pela União e Estatais registrado até setembro está na casa dos R$ 8 bilhões, ainda abaixo dos R$ 11 bilhões de 2017, que já foi o menor desde 2006 em valores corrigidos. A maior parte dos valores foi destinado a rodovias, que ficou com R$ 6,2 bilhões.
Os números de desembolsos do BNDES para o setor não são melhores. De acordo com o levantamento, eles estão até setembro na faixa dos R$ 9 bilhões, muito próximos aos dos anos de 2016 e 2017 quando registraram o pior nível desde 2006, com R$ 12,5 bilhões e R$ 11 bilhões, respectivamente.
Os valores também estão concentrados em rodovias, com 82% do total desembolsado pelo banco. De acordo com o trabalho, as rodovias ficaram com em média 56% dos recursos na média dos anos anteriores. O relatório não detalha outros instrumentos de financiamento do setor, como as debêntures incentivadas, por exemplo.
Retomada da Construção
De acordo com o trabalho da confederação, a volta dos investimentos seria um importante fator para a retomada do PIB e, especialmente, da indústria da construção que registra “uma série de 18 trimestres consecutivos em queda na comparação interanual, chegando a um volume de produção 30,6% abaixo do seu pico histórico, que ocorreu no primeiro trimestre de 2014”.
O relatório, no entanto, aponta que haverá dificuldades para retomada dos investimentos. “Contudo, a recomposição da capacidade de arrecadação não será funcional ao investimento público se a despesa real do governo central (corrigida pelo IPCA) permanecer congelada, conforme determina a Emenda Constitucional (EC) 95”.
A CNT estima que o país precisa de R$ 1,7 trilhão de investimentos em infraestrutura de transportes nos próximos anos para conseguir acabar com gargalos nesses setores e dotar o país de um sistema logístico adequado. O relatório completo está neste link.