21/10/2025 | 13h00  •  Atualização: 22/10/2025 | 11h13

Sete empresas lançam declaração por estudos sobre combustível em navios

Foto: Domínio Público

da Agência iNFRA

Sete empresas, entre elas a gigante de navegação Maersk, divulgaram uma declaração conjunta nesta segunda-feira (20) apontando caminhos para o uso do etanol como combustível no transporte marítimo. No documento, as companhias dizem apoiar trabalhos adicionais na IMO (Organização Marítima Internacional), órgão da ONU (Organização das Nações Unidas), para examinar a compatibilidade de segurança do etanol com a tecnologia de motores marítimos, a concorrência de matéria-prima, o ciclo de vida e a certificação.

“Uma colaboração adicional entre produtores, usuários e reguladores de etanol será essencial para melhor entender seu papel no futuro cenário energético do setor”, diz a declaração assinada por Maersk, Everllance e os produtores de etanol Inpasa, FS, Raízen, Atvos e Copersucar. 

No início do mês, a Maersk anunciou que está testando uma nova mistura de combustível a bordo do navio Laura Maersk, considerado seu ‘navio verde’. Há dois anos, a embarcação se tornou o primeiro navio porta-contêineres do mundo a navegar com metanol, segundo a empresa. Os testes atuais utilizam uma nova mistura de e-metanol com 10% de etanol.

No documento divulgado ontem, as empresas lembram que o etanol já é amplamente utilizado em outros setores de transporte, sendo um entre vários combustíveis alternativos que justificam uma avaliação técnica e regulatória mais aprofundada. 

“Em muitos países, o etanol é extensivamente utilizado como aditivo de combustível ou combustível direto no transporte rodoviário. Para o transporte marítimo, a escala de produção existente do etanol é uma vantagem, e ele também poderia potencialmente fornecer uma terceira opção de combustível para motores de metanol de combustível duplo”, diz o documento, segundo o qual testes recentes em bancada e em motores realizados por fabricantes indicaram a viabilidade técnica de abastecer esses motores com etanol.

Na declaração, as empresas ainda afirmam incentivar a abertura para examinar todas as vias de combustível de emissões reduzidas sob a Estratégia de GEE de 2023 da IMO, enquanto aguardam maior clareza sobre a adoção recentemente adiada da Estrutura Net-Zero, “que é crítica para garantir a transição energética global para o transporte marítimo”. “Uma regulamentação global robusta de combustíveis, ancorada em emissões de ciclo de vida, transparência e incentivos/penalidades aplicáveis, pode apoiar uma transição acelerada em todo o setor”, concluíram. 

O vice-presidente de Políticas Públicas e Regulatórias para a América Latina da A.P. Moller – Maersk, Danilo Veras, afirmou ontem que o Brasil demonstra capacidade de produzir etanol de forma sustentável, com potencial de crescimento e atendendo “às mais rigorosas regras de certificação, o que é fundamental para a descarbonização global do setor”.

A declaração conjunta das empresas chega após a IMO, por decisão da maioria dos países integrantes, adiar em um ano a decisão sobre a criação de um preço global de carbono no transporte marítimo internacional. As negociações aconteceram em Londres na última semana. Em abril, foi aprovada a criação da primeira taxa internacional de carbono voltada a embarcações, com o objetivo de estimular um padrão regulatório para reduzir as emissões no transporte marítimo. A previsão era de que, em outubro, os países selassem a previsão da cobrança, com implementação a partir de 2027. 

Como mostrou a Agência iNFRA, a expectativa do Brasil era promover o uso de biocombustíveis como estratégia de descarbonização da navegação, articulando-se junto a outros países em desenvolvimento. A pressão dos Estados Unidos, contudo, resultou no adiamento das definições aguardadas pelo setor. Na quinta-feira (16), o presidente americano Donald Trump postou nas redes que estaria “indignado” com a votação que ocorreria na IMO.

“Os Estados Unidos NÃO aceitarão este Imposto Global Verde e Fraudulento sobre o Transporte Marítimo e não o aderirão de forma alguma”, disse Trump antes da decisão pelo adiamento.

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