Gabriel Vasconcelos, da Agência iNFRA
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse nesta sexta-feira (28), que a companhia deve esticar o platô de produção de petróleo, mantendo o patamar de 2,6 milhões de bpd (barris por dia) até 2034. O pico, 2,7 milhões de bpd, está previsto para 2027.
A previsão integra o novo PE (Plano Estratégico) da estatal para o período 2026-2030. No plano anterior, que ia até 2029, essa produção estável, advinda principalmente do pré-sal, estava prevista somente até 2032. A expansão e antecipação da produção da Petrobras está no centro de estratégia da empresa, inclusive para compensar o impacto da queda na cotação do petróleo tipo Brent desde o ano passado.
“Nós tivemos uma mudança importante nesse plano que é a extensão do pico de produção. Vamos entrar no platô com 2,6 ou 2,7 milhões de barris por dia (bpd) até 2034. No plano anterior, a produção declinava a partir de 2032″, disse. Ela falou em entrevista coletiva sobre o PE 2026-2030, divulgado ao mercado na noite de quinta-feira (27).
A essa altura, o diretor financeiro da Petrobras, Fernando Melgarejo, aproveitou para justificar o nível de investimento aprovado para o quinquênio. “O platô de produção de petróleo até 2034 só é possível com mais investimentos”, disse. Dos US$ 109 bilhões em investimentos previstos, US$ 78 bilhões servirão à frente de E&P (Exploração e Produção), US$ 1 bilhão a mais que o previsto no último plano, em que pese a redução de 1,8% no capex total.
Magda destacou o compromisso com o investimento em nove sistemas de produção nos próximos cinco anos e uma extensa campanha de “projetos complementares”, ou seja, perfuração de novos poços interligados a plataformas já instaladas, mas que seriam capazes de recuperar a produtividade de áreas em declínio. Também citou o aumento das capacidades máximas de plataformas instaladas no campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, o que já teve impacto na produção corrente. Magda afirmou que a cada 100 mil de barris de petróleo adicionais, a estatal ganha US$ 2,5 bilhões em receita adicional.
Ainda assim, a presidente da Petrobras ponderou que, se o patamar do Brent ficar abaixo de US$ 62 por barril, uma série de projetos, não todos, terão de ser revistos. O valor médio do barril de Brent esperado pela Petrobras para 2026 pela estatal é de US$ 63 e de US$ 70 de 2027 a 2030, projeções que foram consideradas infladas por analistas de mercado.








