Gabriel Vasconcelos, da Agência iNFRA
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou nesta terça-feira (2) que a estatal está atenta às movimentações no setor de ferrovias e conta com o modal para a logística de expansão do fornecimento dos seus combustíveis no Norte e Nordeste do País. Magda foi específica ao citar o desejo de levar mais derivados da Petrobras produzidos na Rnest (Refinaria Abreu e Lima), em Pernambuco, ao chamado Matopiba, região de expansão do agronegócio que engloba todo o Tocantins, grande parte do Maranhão e o oeste do Piauí e da Bahia.
“Quando a gente fala da refinaria e do porto [Rnest e Suape], não é demais dizer que vamos querer entregar mais derivados por aqui [no Nordeste]. Vamos estar de olho na região do Matopiba, e vamos estar de olho na ferrovia também. Ferrovia é um aparato logístico importante para esses segundos 72 anos da Petrobras. E essa expansão logística vai ser âncora desse planejamento”, disse Magda, em cerimônia sobre o aumento da capacidade da Rnest, ao lado do presidente Lula.
A Petrobras já tem usado o modal ferroviário para ampliar vendas diretas de combustíveis a grandes consumidores do agronegócio. A estatal tem contrato com a Rumo Logística para levar o diesel produzido em São Paulo que chega pelo Osbra (Gasoduto São Paulo-Brasília) até pontos do Centro-Oeste por meio da malha da concessionária na região.
Menção à Transnordestina
Após a fala de Magda, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSD-PE), disse ter falado com Magda à respeito dos traçados que compõem a malha Transnordestina (EF-232 e EF-116), com trechos recolocados em licitação pelo governo federal. É o caso daquele entre o município de Salgueiro e o porto de Suape, por onde a Petrobras armazena e escoa boa parte da produção da Rnest.
“A presidenta Magda me falou da Transnordestina. Eu não sei se vocês ouviram ela falar que está interessada em ferrovia. A Transnordestina vai voltar. O edital de licitação foi publicado. Eu sei que, com parceria público-privada, com empresa botando dinheiro, nós vamos fazer essa ferrovia chegar aqui em Suape. E aí a gente conecta o Brasil ao mundo, e o mundo ao Brasil por meio de Pernambuco”, disse.
O governo estima que a Transnordestina deve ficar integralmente pronta, entre trechos construídos com recursos públicos e outros pela iniciativa privada, até 2029. A malha terá, então, o formato de um “T” invertido, formado por três traçados unidos: o primeiro ligando os municípios de Eliseu Martins (PI), no centro-sul do Piauí a Salgueiro (PE); um segundo que segue do entroncamento em Salgueiro (PE) até o Porto de Suape (PE); e a “perna do T”, que liga Salgueiro (PE) ao Porto do Pecém (CE), mais ao norte. Tudo perfaz 1,2 mil quilômetros de extensão, com investimento estimado pelo governo em R$ 12 bilhões.








