Gigantes de energia confirmam participação nos leilões de térmicas A-4 e A-5

Leila Coimbra, da Agência iNFRA

As maiores empresas de energia do país como Petrobras, Engie, Neoenergia e Eneva confirmaram o interesse de participar como ofertantes dos leilões para geração termelétrica A-4 e A-5, agendados para 30 de abril – onde contratos antigos de usinas a óleo serão substituídos por novos a gás e carvão (este último apenas na região Sul).

A Petrobras anunciou que cadastrou 13 usinas termelétricas nos certames, de um total de 26 usinas que possui. A estatal é o maior operador térmico do país, com cerca de 6 mil MW de capacidade instalada.

A companhia pretende criar uma subsidiária de energia que agrupará todas as suas térmicas e o objetivo, ao participar dos leilões, é garantir contratos de venda que agregarão valor aos ativos, já que a subsidiária de energia será incluída no plano de desinvestimento da estatal.

A Engie também confirmou que sua usina a carvão, a térmica de Jorge Lacerda, em Santa Catarina, com 857 MW, deverá participar do A-5. Em teleconferência sobre os resultados na semana passada, o gerente de relações com investidores da empresa, Rafael Bósio, disse que, caso a usina tenha sucesso no certame, poderia melhorar as condições de venda do ativo, em um movimento semelhante ao da Petrobras, de alavancar os preços para futuro desinvestimento.

Já a Neoenergia deve participar do leilão A-4 com a usina Termopernambuco, de 532 MW, que encerra seu contrato em 2024. Projetos greenfield também devem participar. A Eneva, por sua vez, inscreveu ao menos a UTE Fátima, em Macaé (RJ), que possui licença para produzir até 1.750 MW. A companhia possui 75% da usina.

Disputa acirrada
Os leilões A-4 e A-5 prometem uma disputa acirrada. Segundo a EPE (Empresa de Pesquisa Energética), foram cadastrados 36 mil MW para o A-4 e 43 mil MW para o A-5. Alguns projetos estão inscritos nos dois leilões.

O alto número de projetos cadastrados foi causado pela possibilidade de que sejam contratadas tanto energia existente quanto nova, pela primeira vez em um único leilão, explicou o superintendente de Projetos de Geração da EPE, Bernardo Folly, em entrevista recente à Agência iNFRA.

Espera-se uma demanda ­­bem menor que a oferta no leilão, por isso a expectativa de grande disputa. A demanda não é informada antecipadamente por motivos estratégicos, já que os contratos são fechados pelo menor preço. Os dados são calculados com base nas informações dadas pelas distribuidoras, que declaram suas necessidades de compra.

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