da Agência iNFRA
A ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) avalia mudar a sua sede atual, localizada em um imóvel próprio da União em Brasília, para um edifício de alto padrão em construção a menos de 3km do complexo existente e com um espaço menor para funcionamento da agência. A mudança para um imóvel alugado traria um aumento de custo de R$ 7,8 milhões por ano, segundo nota técnica emitida na última segunda-feira (17). Na terça-feira (18), o processo foi sorteado para relatoria da diretora substituta Ludimila Lima.
O novo prédio teria um custo com aluguel e condomínio que totalizaria R$ 20,3 milhões anuais. Já a sede atual tem um gasto total anual estimado em R$ 12,5 milhões, incluindo obras e demais gastos fixos. A NT (Nota Técnica) 48/2025, elaborada pela SGA (Superintendência de Gestão Administrativa, Financeira e de Contratações) da agência, diz que o edifício atual “demanda constante manutenção e reformas”, tendo recebido 10 grandes obras desde 2015, que demandaram R$ 34,8 milhões. Diz ainda que são necessárias outras três obras até 2028, que devem demandar da ANEEL um investimento de R$ 16,3 milhões.
“Ainda que se considere um gasto anual de R$ 3,5 milhões com reformas [na atual sede da agência], o valor despendido no atual edifício é significativamente menor do que aquele que seria dispendido em caso de mudança. Caso se opte pela Lotus Tower, a ANEEL terá um gasto anual extra aproximado de R$7,8 milhões”, diz a NT.
O processo foi iniciado em março de 2024, quando a ANEEL aderiu a um chamamento público, coordenado pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), para prospecção de imóvel em Brasília para instalação de agências reguladoras e outros órgãos públicos. O edital teve como vencedora a construtora Lotus Cidade, que está construindo na capital o edifício Lotus Tower, classificado pela própria empresa como a segunda maior laje corporativa do Brasil.
Espaço menor
A NT destaca que a área da ANEEL no edifício da Lotus seria 25% menor que a destinada à agência no edifício sede. Os postos de trabalho também reduziriam, de 884 para 763 locais, assim como o número de vagas de garagem, que passaria de 520 para 232.
Essa redução da área de escritório, segundo a NT, poderá ser absorvida considerando o elevado quantitativo de servidores em trabalho remoto, dezenas de salas de reunião e gabinetes individuais muito amplos, banheiros privativos, entre outros espaços que poderiam ter outra destinação. “Além disso, para um melhor aproveitamento dos espaços, pode-se optar por layouts com menor compartimentalização, redução do número e tamanho de gabinetes individuais e estações de trabalho lineares”, argumenta.
“Cada opção apresenta suas vantagens. A Lotus Tower tem os benefícios relacionados a um edifício novo, moderno e sustentável, mas a um custo elevado. Além disso, a baixa disponibilidade de vagas de estacionamento e a necessidade de adaptação do corpo técnico e das lideranças ao processo de mudança também devem ser levados em consideração pela Diretoria Colegiada para a tomada de decisão”, conclui a NT.
Procurada, a agência disse que o tema está em análise pela diretoria.