da Agência iNFRA
O MME (Ministério de Minas e Energia) e a EPE (Empresa de Pesquisa Energética) divulgaram nesta segunda-feira (8) o Caderno de Oferta de Biocombustíveis, parte integrante do PDE (Plano Decenal de Expansão de Energia) 2035. O estudo projeta investimentos de R$ 110 bilhões na cadeia de biocombustíveis até 2035.
Segundo o documento, a produção de etanol deve crescer cerca de 30% na próxima década, alcançando 51 bilhões de litros. O etanol de milho, que hoje representa 20% da produção, deverá ser responsável por mais de 30% da oferta total. A demanda de etanol combustível está estimada em 48,2 bilhões de litros, garantindo superávit no balanço nacional.
O estudo também aponta o potencial de geração de 5,9 GW médios de bioeletricidade a partir do bagaço da cana e de 6,4 bilhões de Nm³ de biometano obtidos de resíduos do setor sucroenergético, volume equivalente a 10% do consumo de gás natural no Brasil em 2024.
No caso do biodiesel, a previsão da demanda é de 13,9 bilhões de litros em 2035, com predominância do óleo de soja como matéria-prima. Segundo o relatório, a capacidade instalada será suficiente para atender às metas legais de mistura obrigatória, com excedentes destinados a segmentos como transporte marítimo.
Já os SAFs (combustíveis sustentáveis de aviação) deverão ganhar escala a partir de 2030, com oferta inicial de 1,7 bilhão de litros por ano e expansão para 2,8 bilhões em 2035. Essa produção será suficiente para atender, em média, 66% das metas de redução de emissões estabelecidas por programas internacionais e nacionais como o ProBioQAV, aponta o estudo.
De acordo com o MME e a EPE, os R$ 110 bilhões em investimentos deverão contemplar novas biorrefinarias, modernização de usinas e diversificação de matérias-primas, consolidando o Brasil como um dos líderes globais em biocombustíveis.
