Dimmi Amora, da Agência iNFRA
A cobrança manual nas praças de pedágio de rodovias pode custar até o triplo do preço se comparada aos modelos mais eficientes de cobrança por meios eletrônicos.
É o que aponta estudo da KPMG realizado com 65 operadores de rodovias em todo o mundo, denominado “Oportunidade aberta – Uma referência global da eficiência do operador de pedágio”. O trabalho está disponível neste link.
Fernando Faria, sócio-líder de Infraestrutura da KPMG na América do Sul, afirmou que esta é a segunda edição desse estudo (a primeira é de 2015) e que a tentativa foi encontrar elementos de eficiência no sistema de cobrança.
Segundo Faria, o estudo optou por usar dados de custo de transação de cada um dos sistemas de cobrança, já que outros enfoques poderiam causar distorções relacionadas à fuga de pedágio ou ao nível de movimento das praças, por exemplo.
Na média, as operadoras mais eficientes conseguem operar com custo de US$ 0,24 por cobrança. Já na operação das classificadas como menos eficientes, o valor chega a US$ 0,32 por cobrança. A medida de eficiência vai aumentando na quantidade de automação que é implementada na cobrança, segundo Faria.
Quando os pedágios são cobrados de maneira totalmente eletrônica, inclusive com o uso do free flow, em que o veículo nem chega a reduzir a velocidade, o valor chega a ser em média de US$ 0,18. Já para as cobranças totalmente manuais, esse custo pode chegar a US$ 0,50, segundo o levantamento.
Para Faria, a cobrança manual já começa a demonstrar que é um método obsoleto e poderá encarecer os custos de uma concessão no futuro. Segundo ele, nas mais eficientes, a tendência que se mostrou foi a eliminação de barreiras de cobrança, a interoperabilidade dos sistemas numa região e a ampliação dos meios de pagamento.
O desafio agora, especialmente no Brasil, é como implantar a cobrança de forma eletrônica já que, nas condições atuais das rodovias, elas podem significar altas taxas de evasão e inadimplência.
O sócio da consultoria lembrou ainda que será necessário um maior incentivo a instrumentos que possam fazer o controle dos veículos – como placas eletrônicas, por exemplo – e ampliar os poderes de coerção das concessionárias para que seja possível implementar os pedágios eletrônicos.