14/07/2025 | 10h13

Consultores da EPE falam sobre impacto das mudanças climáticas na transmissão de energia

Foto: Agência Brasil

da Agência iNFRA

A rede de transmissão de energia elétrica enfrenta riscos crescentes frente à intensificação dos eventos climáticos extremos, segundo recente fact sheet da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), publicado em maio. O estudo, com dados e análise sobre os principais riscos climáticos para a rede, recomenda medidas de adaptação e fortalecimento do sistema.

Na última quinta-feira (10), o estudo foi tema do podcast “EPE na Sua Frequência”, que recebeu os consultores técnicos Paula Coutinho, da Superintendência de Meio Ambiente da Diretoria de Estudos Econômico-Energéticos e Ambientais, e Lucas Oliveira, da Superintendência de Transmissão de Energia Elétrica da Diretoria de Estudos de Energia Elétrica. O programa foi apresentado pelo jornalista Geraldo Campos Jr., da Agência iNFRA.

Paula Coutinho contou sobre a origem da publicação, que integra a segunda etapa do “Roadmap para Fortalecimento da Resiliência do Setor Elétrico em Resposta às Mudanças Climáticas”. Trata-se de uma ação de curto prazo do PRR, o Plano de Recuperação dos Reservatórios de Regularização de Usinas Hidrelétricas, cujas diretrizes foram definidas em artigo da Lei de Desestatização da Eletrobras.

Segundo a consultora, o roadmap se estrutura em três fases. A primeira, de revisão bibliográfica, finalizada em 2024. A segunda, de publicação de fact sheets temáticos que farão um diagnóstico da resiliência do sistema, dividida em seis temas – hidroeletricidade; transmissão de energia elétrica; geração eólica; geração solar; geração térmica; e demanda de energia elétrica. Já a terceira etapa consiste na elaboração de um relatório final com a visão sistêmica da resiliência do sistema, cenários e recomendações.

“Esse trabalho de ter resiliência e de pensar como que a rede vai suportar eventos climáticos mais extremos tem sido muito importante”, comenta Lucas Oliveira. De acordo com o consultor, a transmissão tem um protagonismo muito grande em um país de dimensões continentais como o Brasil. É por meio da rede de transmissão que essas pontas – grandes distâncias, diversidade de fontes, centros de consumo espalhados em diferentes regiões – são conectadas.

“Tanto pra gente entregar energia para as pessoas com o menor custo possível, indo buscar as fontes mais baratas e levando até as pessoas, quanto para a gente ter segurança no suprimento, e aí conversa muito com a resiliência, com a infraestrutura de rede, porque a gente tem mudado a forma de uso da energia”, explica.

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