28/10/2025 | 12h16  •  Atualização: 28/10/2025 | 17h21

Demanda por água tratada em 2050 será 60% maior, avalia estudo

Foto: Governo Federal

da Agência iNFRA

A demanda futura por água que o Brasil atingirá até 2050 vai exigir um aumento de praticamente 60% na produção de água tratada, em relação aos dados de 2023. É o que aponta o Instituto Trata Brasil, em parceria com a consultoria Ex Ante, no estudo “Demanda Futura por Água em 2050: Desafios da Eficiência e das Mudanças Climáticas”.

Um dos componentes considerados para essa ampliação é a universalização dos serviços de saneamento, objetivo que, por lei, precisaria ser atingido até 2033. As demais componentes avaliadas no estudo estão associadas à expansão demográfica e ao crescimento econômico. A situação fica mais complexa ainda se consideradas as mudanças climáticas, já que, na média das cidades brasileiras, as tendências climáticas apontam para uma restrição de oferta de água de 3,4% no ano por escassez de recursos hídricos.

“Isso se traduz em aproximadamente 12 dias anuais de racionamento. Regiões onde os índices de chuva e o número de dias chuvosos já são mais baixos – como partes do Nordeste e do Centro-Oeste, por exemplo – deverão enfrentar mais de 30 dias de racionamento, trazendo sérias consequências para a saúde e a qualidade de vida da população”, aponta o Trata Brasil. 

O estudo dá ênfase à necessidade de o Brasil controlar as perdas de água. De acordo com o documento, em 2023, muitos municípios apresentavam perdas “extremamente elevadas”, superiores a 80% da produção. Isso significa que, para cada litro consumido, outros quatro se perderam no caminho. Essas perdas são, majoritariamente, causadas por vazamentos na rede e pelo desvio de água (consumo não autorizado).

Com o atual índice de perdas, a demanda futura de água até 2050 exigiria um aumento significativo na produção, alerta o estudo. A projeção indica que o consumo adicional de água até 2050 seria de 6,414 bilhões de m³. Considerando as perdas registradas em 2023, que foram de 40,3%, a produção adicional necessária será de 10,672 bilhões de m³, um aumento de 59,3% em relação à produção do setor de saneamento em 2023, que foi de 18,002 bilhões de m³.

Além disso, fatores como a temperatura das cidades, umidade relativa do ar, número de dias de precipitação, urbanização e tarifa também possuem forte influência na oferta e demanda de água nas cidades.

A temperatura máxima deverá aumentar aproximadamente 1º Celsius em comparação aos níveis observados em 2023, destaca o estudo, enquanto a temperatura mínima terá um acréscimo estimado de 0,47º Celsius. Isso vai resultar em um aumento da amplitude térmica de 0,52º Celsius até 2050. Devido aos aumentos de temperatura, o consumo de água deve aumentar 12,4% adicionalmente ao que deve crescer em razão dos fatores econômicos. 

“Os dados apresentados reforçam a tendência de aumento no consumo de água, vindos com a maior oferta dos serviços, a expansão demográfica e o crescimento da economia. As tendências climáticas indicam restrição de oferta de água de 3,4% na média do ano por escassez de recursos hídricos em nossos mananciais. Estes dois fatores combinados trazem a urgência de adotarmos medidas imediatas e efetivas para reduzir as perdas no sistema de distribuição de água e planejarmos de forma sustentável a gestão e uso dos nossos recursos hídricos”, afirmou a presidente-executiva do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto.

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