Dimmi Amora, da Agência iNFRA
Os investimentos em projetos de energia no ano passado foram em grande parte financiados pela emissão de debêntures incentivadas. Esse tipo de emissão cresceu 160,8%, passando de R$ 7,4 bilhões em 2017 para R$ 19,3 bilhões em 2018. Os dados são do Boletim de Debêntures, elaborado pela Seae, do Ministério da Economia.
De um total de 76 projetos que captaram recursos por esse método, 68 são de energia. Em termos de volume de recursos, a área de energia responde por 89,5% do total liberado: os investimentos em infraestrutura somaram R$ 21,6 bilhões, sendo R$ 19,3 bilhões para energia; R$ 1,9 bilhão para transportes; R$ 268 milhões para saneamento e R$ 76,5 milhões para telecomunicações.
O ano de 2018 registrou o maior volume de recursos captados para projetos de infraestrutura por meio de debêntures incentivadas, desde 2012, quando esse modelo de financiamento foi instituído. Foram R$ 23,9 bilhões, um valor quase igual à soma das emissões de 2012 a 2017.
O maior lançamento individual de debêntures do ano foi da termelétrica Celse (Centrais Elétricas de Sergipe), com R$ 3,3 bilhões captados. O prazo para essa debênture é de 14 anos, com juros prefixados em 9,85% ao ano.
Na área de energia, projetos de transmissão, geração e também distribuição foram financiados por debêntures.
Pessoas físicas comprando
Esse tipo de financiamento, para o qual o governo não cobra Imposto de Renda, está atraindo cada vez mais pessoas físicas, que estão liderando as compras desse tipo de papel.
Para as empresas, a opção tem se mostrado um bom negócio em todos os setores. Os papéis são os responsáveis pela alavancagem financeira de até 60% dos projetos (para o caso de saneamento), em média. Para energia, as debêntures são responsáveis por 58% do total do projeto. O valor da remuneração média tem sido o IPCA + 6,9% no setor de energia.
A tendência é que em 2019 esse tipo de papel continue tendo boa saída e ainda há um estoque considerável de projetos que podem emitir debêntures, de acordo com o relatório.
Desde 2012, o país já financiou 344 projetos, num total de R$ 230 bilhões, por meio de debêntures. Mas ainda há outros 461 projetos, que somam R$ 164 bilhões, já autorizados que podem emitir debêntures. Só na área de energia, são R$ 130 bilhões. O boletim completo pode ser acessado neste link.