10/12/2025 | 21h57

FGV: Tarifa de transporte do gás industrial varia de 10% a 13% do preço final

Foto: TBG/Divulgação

Gabriel Vasconcelos, da Agência iNFRA

As médias do preço da tarifa de transporte de gás natural para clientes industriais variam entre 10% e 13% do preço final da molécula nas regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste, aponta estudo do Ceri/FGV (Centro de Estudos em Regulação e Infraestrutura da Fundação Getulio Vargas) encomendado pela Atgás (Associação de Empresas de Transporte de Gás Natural por Gasoduto). Essas tarifas estão em processo de revisão tarifária na ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Bicombustíveis).

A região norte, mostra o Ceri, é uma exceção, com essa tarifa de transporte representando entre 40% e 43% do preço final da molécula a depender do volume de gás consumido diariamente – 50 mil, 100 mil ou 300 mil metros cúbicos. Esse preço, afirma o economista Diogo Lisbona, um dos autores do estudo, tem a ver com tarifa regulada elevada do gasoduto Coari-Manaus. E, no fim das contas, acaba mais do que compensado pela incidência menor de impostos na Zona Franca de Manaus e pelo preço mais baixo da molécula no início da cadeia, praticado pela Petrobras com relação ao gás extraído do campo de Urucu.

O estudo do Ceri faz um raio-x do preço do gás, dividindo-o por etapas na cadeia logística, perfil de consumidor (industrial, comercial e residencial, em diferentes faixas de consumo) e, finalmente, por empresas distribuidoras. Para a obtenção dos preços, diz Lisbona, a equipe do Ceri analisou contrato a contrato de todas as distribuidoras do país em outubro de 2025.

Consumidores Industriais
Mais vocais no pleito de redução do preço da tarifa, os consumidores industriais na faixa de 100 mil m³/dia viram o preço final da molécula variar entre R$ 2,66/m³ (preço da Cigás, distribuidora do Amazonas) e R$ 3,96/m³ (preço da Potigás, distribuidora do Rio Grande do Norte).

Para esse perfil (100 mil m³/dia), o preço inicial da molécula, praticado por produtores e comercializadores, varia entre 29% (Norte) e 54% (Sudeste) do preço final, sendo sempre o fator de maior peso na precificação. Em seguida surgem os impostos, que variam de 9% (Norte) a 25% (Centro-Oeste); a margem de distribuição, que vai de 11% (Centro-Oeste) a 21% (Norte); e o transporte. As variações para outros perfis de consumo industrial variam até cinco pontos percentuais.

Em São Paulo, o maior parque industrial do país, o preço final da molécula para essas indústrias (100 mil m³/dia) ficou em R$ 3,25/m³, segundo o Ceri. No detalhe, o preço no início da cadeia é de R$ 1,82/m³, sendo acrescido de R$ 0,73/m³ de impostos, R$ 0,42/m³ de margem de distribuição e R$ 0,28/m³ de tarifa de transporte.

Consumidores comerciais
Para consumidores comerciais, independente do perfil de consumo (5 mil, 15 mil ou 50 mil m³ por mês), os preços finais do gás natural são consideravelmente mais altos, variando de R$ 3,19/m³, no Amazonas, até R$ 8,98/m³ no Rio de Janeiro, onde o maior item de pressão nos preços são as tarifas de distribuição praticadas pela Naturgy.

Para esse “consumo comercial” de gás, ao contrário do industrial, o peso da margem de distribuição – entre 29% e 45% – passa a se equiparar ao do preço inicial da molécula como os dois fatores de maior peso no preço final ao consumidor. Na maior parte das vezes os impostos variam entre 20% e 25% do preço final, enquanto a tarifa de transporte responde por algo entre 5% e 10%.

Consumidores residenciais
Para o último grupo analisado pelo Ceri/FGV, os consumidores residenciais na faixa de consumo de 10 m³ por mês, o preço final do gás varia de R$ 6,47/m³, no Norte até R$ 9,17/m³ no Sudeste. De longe, a margem de distribuição é o que mais pesa na composição final do preço, variando entre 30% (Ceará) a 67% (Amazonas), mas estacionando próximo a metade do preço final na maior parte das regiões do país.

Na sequência, para esses consumidores residenciais, pesam os impostos (entre 21%, no Sul, e 25%, no Centro-Oeste); seguido do preço praticado por produtores ou comercializadores, em uma faixa entre 21% e 24% do preço final – no Norte é 12% – e pela tarifa de transporte, entre 4% e 6% do total, chegando a 17% no Norte.

Tags:

Solicite sua demonstração do produto Boletins e Alertas

Solicite sua demonstração do produto Fornecimento de Conteúdo

Solicite sua demonstração do produto Publicidade e Branded Content

Solicite sua demonstração do produto Realização e Cobertura de Eventos

Inscreva-se no Boletim Semanal Gratuito

e receba as informações mais importantes sobre infraestrutura no Brasil

Cancele a qualquer momento!