da Agência iNFRA
O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões, afirmou nesta quarta-feira (4) que fará uma consulta formal à STN (Secretaria do Tesouro Nacional) para verificar o interesse do governo federal na federalização da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais). Ele cobrou “uma única fala sobre o tema” após divergências sobre o assunto entre os ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Fernando Haddad (Fazenda).
“Ontem ouvi o ministro Silveira, que eu respeito muito, dizendo que o governo aceita a Cemig sem transformar em corporation. Aí hoje ouvi do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e já tinha ouvido da Fazenda que se isso acontecer haverá um desembolso pelo governo federal que ele não consegue suportar, de mais de R$ 25 bilhões para pagar aos minoritários, se fizer a federalização sem transformar a Cemig em corporation”, disse Simões em entrevista ao CNN Money.
Segundo ele, o ofício ao Tesouro tem como objetivo ter uma resposta formal da União sobre o tema. Sobre os R$ 25 bilhões de desembolso, a referência foi ao direito “tag along” garantido aos acionistas minoritários no estatuto da Cemig. Basicamente, significa que em caso de troca de controle, os minoritários podem requerer a compra pelo novo controlador para deixar a sociedade.
Simões lembrou que há prazo para adesão ao Propag (Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados) até 30 de outubro, já com os ativos avaliados pelo BNDES. E que o banco federal tem sinalizado dificuldades em conseguir cumprir o prazo.
“Eu preciso ter uma resposta, porque há um prazo correndo. Se eu não puder federalizar a Cemig, eu passo a ter um desafio grande para chegar nos R$ 35 bilhões exigidos, porque passo a depender de um único grande ativo, que é a Codemig (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais), que a gente não sabe ainda quando será avaliada pelo BNDES”, afirmou.