Gabriel Vasconcelos, da Agência iNFRA
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse no fim da tarde desta sexta-feira (5), que o novo acordo de acionistas da Braskem está “encaminhado”, e que espera fechá-lo até o fim deste ano. Esse acordo vai redefinir a composição da diretoria executiva e do conselho de administração da empresa petroquímica, instâncias em que Magda pretende aumentar a influência da Petrobras, em linha com sua participação no negócio, de 36% do capital total e 47% do capital votante.
“Essa questão está bem encaminhada, mas ainda não posso dizer que isso está fechado. Nós [Petrobras] somos sim um acionista extremamente relevante, com direito a veto, mas acreditamos que, avançando com a Braskem em um novo cenário geopolítico internacional, a gente precisa fazer alguns ajustes”, disse, descartando que existam, nesse momento, conversas para que a estatal capitalize e petroquímica.
Magda falou a jornalistas na saída da apresentação do Plano de Negócios 2026-2030 da Petrobras para fornecedores na sede da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro).
Assumir operação
Embora não tenha revelado os “ajustes” pretendidos pela Petrobras na Braskem, Magda afirmou que a estatal pode sim “assumir a operação” da empresa petroquímica em função da sinergia entre as duas companhias.
“Queremos exercer mais sinergias entre a atividade de uma petroquímica que está colada com o nosso parque de exploração e produção. Temos sinergias inexploradas para serem exacerbadas em benefício de ambas as companhias”, disse Magda. Para tanto, a Petrobras precisaria ampliar a ingerência nas áreas operacionais. Questionada sobre como fazer isso, Magda respondeu que sua preocupação é fazer com que toda a parte de engenharia da Braskem seja mais “conectada” com a Engenharia da Petrobras. Um dos caminhos para atingir esse objetivo é justamente indicar mais executivos para esta e outras áreas dentro da petroquímica, o que passa pelo acordo de acionistas.
Tratativas da Novonor
A proximidade do acordo também indica que uma saída para a venda de parcela da Novonor (ex-Odebrecht) na Braskem também evoluiu. Embora a Braskem não reconheça oficialmente, a Novonor, sua atual controladora, negocia sua parte com o fundo da gestora IG-4 por meio da troca das ações que estavam como garantia de sua dívida. Segundo informações do jornal Valor Econômico, a participação da Novonor na Braskem deve ser reduzida de 38,3% do capital total (50,1% dos votos) para apenas 4%. Um novo acordo de acionistas teria de contar com o aval de um eventual novo controlador.








