Gabriel Vasconcelos e Rafael Bitencourt, da Agência iNFRA
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendeu nesta sexta-feira (5) diferentes usos da energia nuclear, inclusive para “defesa nacional”, ao ressaltar a riqueza mineral existente no Brasil – o país detém uma das maiores reservas de urânio do mundo. A declaração foi feita em cerimônia de posse dos novos diretores da ANP (Agência Nacional do Petróleo) e da ANSN (Autoridade Nacional de Segurança Nuclear), no Rio de Janeiro.
A relação entre o uso das reservas minerais e estratégia de defesa foi colocada por Silveira tendo como pano de fundo a escalada de conflitos no âmbito internacional. “Quero aqui ressaltar, mesmo que isso seja polêmico, nós estamos vendo e vivendo arroubos internacionais muito graves no mundo, em especial nos últimos tempos, e hoje a constituição nos permite avançarmos na produção de energia limpa para transição energética, utilizarmos a nuclear para a medicina nuclear”, afirmou.
Na sequência, o ministro disse: “Mas se o mundo continuar como está, um país que é gigante pela própria natureza, que tem 11% da água doce do planeta, que tem clima tropical, que tem solo fértil e que tem tantas riquezas minerais, é importante que a gente continue e leve muito a sério a questão nuclear no Brasil, porque no futuro nós vamos precisar da nuclear também para a defesa nacional e garantindo a nossa soberania”.
A energia nuclear, para aplicações civis, voltou a chamar a atenção da indústria. Novas tecnologias, com o uso de pequenos reatores nucleares, têm sido tratadas como fonte de energia sem emissão de carbono na atmosfera, embora ainda não esteja totalmente definida a destinação do rejeito de urânio.
No setor de defesa, o Brasil tem desenvolvido ao longo últimas décadas os submarinos de propulsão nuclear. Também é signatário de acordos internacionais para a não utilização do urânio para fins de desenvolvimento de armas nucleares, através dos processos de enriquecimento desse mineral.








