Gabriel Vasconcelos, da Agência iNFRA
O MME (Ministério de Minas e Energia) reiterou nesta quinta-feira (31), em nota, a projeção de queda no preço da gasolina C, vendida aos consumidores, com o novo percentual obrigatório de 30% de etanol anidro na mistura, o E30, que entra em vigor nesta sexta-feira (1°). Segundo a pasta, o litro do combustível deve ficar 12 centavos mais barato que o preço médio nacional verificado na semana entre 20 e 26 de julho (R$ 6,20), a uma média de R$ 6,08. A previsão é contestada pelo mercado, que espera queda menor, entre 1 e 2 centavos.
No caso do novo mandato de 15% do biodiesel no diesel B, o B15, o MME projeta alta de 2 centavos por litro, comparado com os valores do fim de julho, saindo de uma média de R$ 5,97/L e chegando a R$ 5,99/L. A projeção de preço final feita no fim de junho, que usava os preços de maio como referência, era de redução de 1 centavo por litro. A projeção atual, de alta leve, está mais próxima da feita por agentes privados ouvidos pela Agência iNFRA.
“Em 31 de maio, o preço médio do diesel B no Brasil, segundo dados da ANP, era de exatos R$ 6,00/l. Portanto, mesmo com o B15, o preço projetado para agosto permanece R$ 0,01/L abaixo do verificado no final de maio”, afirma o MME em nota.
A pasta acrescenta, ainda, que “todo o esforço da política energética só chega ao consumidor se não houver captura de margem pela revenda e pela distribuição”. O ministério e o próprio presidente Lula têm reclamado da falta de repasses das reduções de preço da Petrobras ao consumidor final por outros agentes da cadeia, como distribuidores e postos de combustíveis. O MME tem oficiado o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), que recentemente tornou o assunto prioritário para o biênio 2025-2026.
“Ressalte-se que em Brasília, por exemplo, houve postos que aumentaram sem justificativa R$ 0.50 por litro a sua própria margem ao invés de reduzir o preço ao consumidor final”, disse a pasta em nota.