da Agência iNFRA
Dados da Vports, autoridade portuária privada que administra os terminais de Vitória, Vila Velha e Barra do Riacho (ES), apontam que a movimentação de cargas da empresa aumentou 27% no primeiro trimestre de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023. Ao todo, janeiro, fevereiro e março deste ano registraram um volume geral de 1,8 milhão de toneladas, 386 mil toneladas a mais.
O crescimento foi puxado pelo segmento de automóveis, que passou de 14 mil veículos para 43 mil (+273%). Na carga geral como um todo, houve um aumento de 61% com relação aos dois trimestres anteriores, totalizando 162 mil toneladas movimentadas em 2024.
Uma área no fundo do porto em que se via acúmulo de entulhos foi limpa e agora estoca milhares de veículos elétricos de uma marca chinesa, que passaram a chegar graças a um novo contrato de arrendamento com a Comexport. A empresa fez da região do porto em Capuaba seu hub de importação.
O crescimento da Vports no primeiro trimestre de 2024 se dá mesmo comparado a um período em que a companhia já estava sob administração privada, iniciada em setembro de 2022.
O porto continua público pelo contrato de concessão, e uma das grandes diferenças entre a administração dele ser de uma empresa estatal, como era até 2022, e de uma empresa privada, como agora, é a agilidade para fazer os arrendamentos de áreas.
No primeiro ano de administração privada, os portos de Vitória e Barra do Riacho (ES) fizeram quatro arrendamentos de áreas portuárias, ampliando em 15% a área do porto que estava ociosa. Pela primeira vez, a taxa de ocupação do berço do porto passou dos 50% (agosto de 2023).
Ações operacionais que podem ser consideradas simples para uma empresa privada foram tomadas, e, com elas, a receita da autoridade portuária nos primeiros 12 meses de operação registraram um crescimento de 30% em relação ao período anterior.
As obras de infraestrutura promovidas nos terminais estão entre os motivos citados pelo diretor comercial da Vports, Pedro Benevides, como fatores de destaque para o crescimento observado. Segundo ele, era “latente” a necessidade de investir em modernização para tornar as relações comerciais mais ágeis e personalizadas.
“Isso permite atender com eficiência as demandas do cliente. É nisso que temos apostado”, revelou o diretor.
Novo recorde em março
O mês de março de 2024 ainda bateu o recorde de registros anteriores do mesmo mês na Vports, com 792 mil toneladas movimentadas, e o mês de abril bateu o recorde de desembarque de granel sólido em um único navio.
Na visão de Pedro, mesmo que o Espírito Santo tenha vocação portuária, os números são resultados de um “trabalho focado em dar mais dinamismo, celeridade e estrutura ao porto”.
O complexo portuário da Vports conta com uma estrutura de mais de 1,3 milhão de metros quadrados, com 12,5 metros de calado e 450 mil em capacidade estática de armazenagem.
Balanças inoperantes até 2022
Novos contratos deram uma outra cara ao porto, que, até 2022, tinha um aspecto de baixa organização e abandono na região de Capuaba, em Vila Velha, onde fica a principal área operacional.
Um exemplo: 12 balanças instaladas ainda pela autoridade portuária pública estavam sem uso desde 2019 na portaria do porto. Sem elas, os caminhões tinham que entrar na unidade e serem pesados numa única balança que funcionava, o que restringia fortemente as operações.
Expansão ferroviária
Os planos de expansão do porto de Vitória para os próximos anos passam também por retomar a operação ferroviária na unidade, onde trilhos antigos estavam abandonados.
A VLI, que é a empresa que tem as linhas que levam até a unidade, assinou um memorando de entendimentos com a Vports no fim do ano passado para estudar uma nova operação para o porto, realizando os investimentos na sua malha para isso