Gabriel Vasconcelos, da Agência iNFRA
A Petrobras fechou o segundo trimestre de 2025 com um lucro líquido de R$ 26,65 bilhões, ajudada por “eventos não recorrentes”, principamente ganhos com valorização cambial em transações com subsidiárias, mas sem efeito patrimonial. O resultado reverte o prejuízo de R$ 2,6 bilhões registrado no mesmo período de 2024. À época, pesaram negativamente a desvalorização do real e um pagamento de acordo tributário com o CARF sob desconto de 65%.
Livre de eventos não recorrentes, ou seja, se atendo somente à operação do período, a Petrobras lucrou R$ 23,18 bilhões de abril a junho deste ano, resultado 17,3% abaixo do registrado há um ano (R$ 28 bilhões) e 1,7% inferior aos três primeiros meses do ano (R$ 23,58 bilhões). Os números foram enviados à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) na noite desta quinta-feira (7).
Essa queda no resultado financeiro aconteceu apesar do aumento da produção de óleo na comparação entre o segundo trimestre deste ano com o de 2024. Isso, detalhou a Petrobras no relatório, se deve ao recuo de 20,2% na cotação média do barril de petróleo do tipo Brent (de R$ 84,09 para R$ 67,82) e ao aumento das despesas operacionais, ligados sobretudo ao gasto com o AIP (Acordo de Individualização da Produção) da Jazida Compartilhada de Jubarte. Na passagem do primeiro para o segundo trimestre, a queda no valor do barril de Brent foi de 10% (de R$ 75,66 para R$ 67,82).
Receita e Ebitda
A receita de vendas no segundo trimestre ficou em R$ 119,12 bilhões, queda de 2,6% ante mesmo período de 2024 e de 3,3% na comparação com os três meses imediatamente anteriores.
Já o Ebitda ajustado (sem considerar eventos exclusivos) – parâmetro que mede a capacidade de geração de caixa da companhia – foi de R$ 57,9 bilhões, uma queda de 7,1% contra o segundo trimestre de 2024 e recuo de 7% em relação ao primeiro trimestre do ano.
Dívida e Investimento
A dívida líquida da empresa, medida em dólares, subiu para US$ 58,5 bilhões, valor 26,9% superior ao do segundo trimestre de 2024, ou seja, de um ano antes (US$ 46,16 bilhões), e 4,5% acima do resgistrado ao fim do primeiro semestre (US$ 56 bilhões).
Já os investimentos, também informados em dólares, ficaram em US$ 4,43 bilhões no segundo trimestre, alta de 30,6% com relação ao mesmo período do ano passado e 9% acima do investido no primeiro trimestre.
A maioria dos investimentos se deram em E&P (Exploração e Produção), US$ 3,7 bilhões, com foco principalmente no desenvolvimento da produção no pré-sal da Bacia de Santos (US$ 1,7 bilhão), onde se destacam o ramp-up do FPSO Almirante Tamandaré (Búzios 7) e o avanço na construção de novos FPSOs no campo de Búzios (Búzios 6, 8, 9 e 11). Houve, ainda, investimento significativo, US$ 0,9 bilhão, para aumentar a produção do pré e pós-sal da Bacia de Campos, além de investimentos exploratórios da ordem de US$ 0,5 bilhão.








