Gabriel Vasconcelos, da Agência iNFRA
As prorrogações de 139 contratos de concessão de campos terrestres em produção pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) da chamada Rodada Zero, de 1998, vão trazer algo próximo de R$ 17 bilhões em novos investimentos, informou o órgão regulador. Em termos de produção, a estimativa é de 600 milhões de barris adicionais de petróleo e aproximadamente 72 bilhões de metros cúbicos (m³) de gás natural.
Esses investimentos vêm para elevar os fatores de recuperação dos campos (porcentual dos volumes contidos nos reservatórios que serão de fato produzidos) e assegurar a continuidade da produção.
Segundo a agência, o montante previsto será aplicado principalmente em três atividades: perfuração e completação, as duas operações de engenharia que transformam um poço perfurado em produtor, para 2.115 novos poços; recompletação de 5.546 poços existentes, um procedimento para reconfigurar um poço, permitindo a exploração de novas zonas do reservatório, por exemplo; e intervenções para manter, restaurar ou aumentar a produção ou realizar avaliações em 1.039 poços.
“Os planos de desenvolvimento aprovados para os campos terrestres resultarão ainda em avanços históricos nos fatores de recuperação, conforme previsto nos planos de desenvolvimento, passando de 22,56% para 26,34%, para o petróleo, e de 40,06% para 65,33%, no caso do gás natural”, informou a ANP em nota.
Prorrogação dos contratos
Os contratos em questão seriam encerrados neste ano e tiveram sua prorrogação solicitada pelas empresas operadoras. O planos de desenvolvimento foram aprovados pela ANP em agosto. As prorrogações foram uma determinação do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) em 2016 e começaram a ser endereçadas pela ANP, por meio de resolução, em 2018.
Rodada Zero
A Rodada Zero de concessões, de 1998, veio após a publicação da Lei do Petróleo (9.478/1997), que criou a ANP e encerrou o monopólio da Petrobras no setor de óleo e gás brasileiro. Ela ratificou os direitos da estatal, na forma de contratos de concessão, sobre os campos em que ela já produzia. Desde então, grande parte desses campos foi objeto de “cessão de direitos”, isto é, vendida pela Petrobras para outras empresas, que se tornaram as operadoras dos campos.








